Consultoria projeta safra de soja superior a 152,5 milhões de toneladas

Consultoria projeta safra de soja superior a 152,5 milhões de toneladas

Para o Rio Grande do Sul, estimativa da StoneX é produção de 22,44 milhões de toneladas no ciclo 2022/2023, com expansão da área de cultivo na Metade Sul

Patrícia Feiten

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A próxima safra de soja brasileira sinaliza um recorde de 152,57 milhões de toneladas, um aumento de 20% em relação à safra 2021/2022, de acordo com a primeira estimativa da consultoria StoneX para o ciclo 2022/2023. A projeção, no entanto, reflete uma base de comparação fraca, já que, no início deste ano, a estiagem devastou mais de 50% da colheita gaúcha da oleaginosa, puxando para baixo o desempenho nacional. Para o Estado, a consultoria projeta a colheita de 22,44 milhões de toneladas, 101,5% a mais que na safra passada.

Segundo a economista Sílvia Bampi, a estimativa da consultoria para a produção brasileira se aproxima da divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) em junho, que prevê um recorde de 149 milhões de toneladas de soja no Brasil. A StoneX aposta em uma expansão de 3,9% na área cultivada com a oleaginosa no país, com uma produtividade média nacional de 3,56 toneladas por hectare.

No Rio Grande do Sul, o cultivo deve alcançar 6,6 milhões de hectares, ante 6,3 milhões de hectares da safra anterior. O aumento de produção deve ser impulsionado pela região sul gaúcha e, se confirmado, colocará o Estado na segunda posição entre os maiores produtores, atrás apenas do Mato Grosso e à frente do Paraná. “A Metade Sul é o que consideramos a nossa nova fronteira agrícola. É uma região que tradicionalmente era focada no arroz e, nos últimos anos, os produtores vêm aumentando a parcela de soja”, explica Sílvia.

Para o mercado externo, a StoneX estima que os embarques de soja brasileira cheguem a 100 milhões de toneladas na safra 2022/2023, ante 77 milhões de toneladas da estimativa feita no ciclo anterior. Nessa projeção, a consultoria considera o impacto de problemas climáticos na safra norte-americana – o anúncio de uma nova estimativa do USDA para a colheita é esperado para o próximo dia 12. “Com uma produção menor nos Estados Unidos, enxergamos a possibilidade de o Brasil atender boa parte dessa demanda no mercado internacional”, afirma Sílvia. De acordo com a consultoria, as exportações gaúchas também devem aumentar. “Tradicionalmente, o Rio Grande do Sul exporta 12 milhões, 13 milhões de toneladas, mas tem espaço para exportar 14 milhões ou até mais”, avalia Sílvia.


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