Cooperativismo quer mais recursos para o Plano Safra

Cooperativismo quer mais recursos para o Plano Safra

Reivindicações serão formalizadas em março, mas setor já adiantou que defende o Crédito Rural e reforço nas verbas para o ciclo 2021/2022

Danton Júnior

Financiamento é voltado ao custeio, vendas, armazenagem e investimento

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As cooperativas agropecuárias brasileiras preparam a pauta de reivindicações para o Plano Safra 2021/2022 para ser entregue formalmente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em março. Representantes do segmento já adiantaram, no entanto, que entendem ser necessário que haja aumento dos recursos. A projeção inicial para o Plano Safra Atual, que começou em julho de 2020 e vai até junho deste ano, é de R$ 236,3 bilhões para custeio, comercialização, industrialização e investimentos.

Em reunião virtual com a ministra Tereza Cristina, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na quinta-feira, lideranças do setor se mostraram apreensivas com a possibilidade de retrocesso no Sistema Nacional de Crédito Rural e receberam, como resposta, que isso não vai ocorrer.

O motivo principal da preocupação, segundo o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), era a sinalização do governo de que o setor agropecuário deveria “se financiar”. Os dirigentes cooperativistas defenderam o crédito rural e ouviram da ministra a informação de que não há ameaças a esse mecanismo, mas sim o objetivo de dar mais eficiência a ele, ao mesmo tempo em que se estimula o surgimento de ferramentas novas, como o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

“O crédito rural ainda é um mecanismo fundamental para o desenvolvimento da agricultura do Rio Grande do Sul e das cooperativas, que trabalham com o pequeno e médio produtor”, justificou Pires.
As cooperativas também demonstraram preocupação com relação aos recursos disponíveis para investimentos no Plano Safra. “Já fazem dois anos que os recursos acabam no início (do período)”, ressaltou Pires. Um exemplo citado por ele é a dificuldade para fazer investimentos em armazenagem sem acesso a financiamento. O seguro rural e as linhas de crédito para apoio à comercialização também estiveram em discussão no encontro. “A produção agropecuária brasileira, pela qual as cooperativas respondem com cerca de 50%, se desenvolveu de tal forma que o país passou de importador de alimentos para um dos maiores produtores e exportadores mundiais. E isso se deve, em muito, a uma política agrícola consistente, que foi capaz de garantir um volume de recursos e taxas de juros compatíveis com o retorno das atividades no meio rural”, destacou o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas.


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