Covatti Filho chamará lideranças para preparar RS para um "novo patamar"

Covatti Filho chamará lideranças para preparar RS para um "novo patamar"

Secretário confia que o reconhecimento internacional do Estado como zona livre de febre aftosa sem vacinação tornará os produtos gaúchos altamente demandados

Cíntia Marchi

Covatti Filho afirma que aumento da produção de milho e fortalecimento da vigilância sanitária seguirão sendo prioridades em 2021

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A proximidade do reconhecimento do Rio Grande do Sul como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) – prevista para maio de 2021 – mobilizará a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) neste ano. O secretário Covatti Filho, que confia que o novo status sanitário será referendado, informou que começará a reunir, a partir de fevereiro, lideranças de todos os segmentos do agronegócio para que o Estado comece a se preparar para a demanda futura. "Viveremos um novo patamar", acredita. “E precisamos criar uma organização para, ali na frente, não sofrermos com falta de produto para o consumo interno”, acrescenta.

As perspectivas são otimistas, segundo Covatti Filho. Ele exemplifica que um dos mercados exigentes em relação ao status de febre aftosa, o Japão, já sinalizou à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o interesse em abrir o mercado para as carnes gaúchas e paranaenses – o Paraná também aguarda o reconhecimento da OIE. As novas oportunidades para o Rio Grande do Sul deverão ser estímulo, segundo o secretário, para que o agro gaúcho aponte gargalos e indique caminhos que precisam de ajustes. “Vamos trabalhar cada cadeia e planejar a nossa agropecuária pensando nos próximos 10 anos”, acrescentou.

Um dos assuntos que deve receber atenção em meio a estas discussões é a produção estadual de milho, insuficiente para suprir a demanda dos setores de proteína animal. Covatti Filho acredita que, não fossem as condições climáticas ruins em 2020, o Estado já teria produzido volumes recordes do grão, puxado pelos preços atrativos e também pela demanda que deve ficar ainda mais forte em se concretizando a construção de fábricas de etanol no Estado. “Algumas empresas já demonstraram interesse em investir”, avisa o titular da Seapdr, ao lembrar que no dia 14 de dezembro de 2020 o governo encaminhou à Assembleia Legislativa o projeto de lei que institui o Programa Estadual de Produção de Etanol Amiláceo (Pró-Etanol). Ao mesmo tempo, Covatti Filho diz que o Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho (Pró-Milho), lançado em fevereiro de 2020, poderá ser ajustado para se tornar mais efetivo.

O fortalecimento do sistema de defesa sanitário também se manterá como pauta prioritária. Covatti Filho informou que, para 2021, o Executivo ampliou o orçamento voltado a esta área, uma vez que a Seapdr terá o desafio de garantir a permanência do novo status sanitário de febre aftosa. Comunicou ainda que já vem tratando com a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão sobre um possível concurso público para ampliar o quadro de fiscais, o que atualmente não é permitido pela vigência de um decreto de contingenciamento de gastos. “Lá na frente, vejo que poderemos ter concurso, sim, até porque a mudança de status sanitário beneficiará economicamente o Estado”, avalia.

Outro tema de importância em termos de arrecadação é o arroz. Por isso, o secretário diz que a Seapdr e a nova diretoria do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que tomou posse no início de dezembro, estão em força-tarefa para buscar a reestruturação da entidade. Covatti Filho diz acreditar que será possível o repasse da totalidade da taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), paga pelos produtores, ao Irga em 2021. Desde 2007, parte dos valores da CDO não tem sido repassada ao instituto. “Vamos tentar reaver estes valores que já somam mais de R$ 300 milhões”, informou Covatti Filho.


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