Criação de pescado avança no RS

Criação de pescado avança no RS

Produção oriunda de tanques e açudes vai garantir parte dos peixes que serão consumidos na Semana Santa

Arthur Machado e Nereida Vergara

Criação de pescado avança no RS

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Na terra do churrasco, comer peixe está longe de ser um hábito cotidiano. O gaúcho, de modo geral, consome peixe “mesmo” é na Sexta-Feira Santa. É o que aponta o coordenador de projetos de Piscicultura da Emater, Henrique Bartels, segundo o qual, no ano passado, somente nesse período, foram comercializadas 3.224 toneladas de pescado, apenas da produção obtida em cativeiro no Rio Grande do Sul, estimada em 17 mil toneladas por ano.

De acordo com Bartels, o cultivo do pescado é atividade que vem prosperando. Em 2016, a Emater/RS tem projetos para reformar 659 viveiros, de 487 propriedades, e também prevê orientar a construção de mais 948 viveiros novos, em 706 propriedades. “Cerca de 98% da produção de peixes em cativeiro no Estado se dá nas pequenas propriedades e vem servindo como uma alternativa econômica atrativa”, diz o coordenador, ao anunciar que neste ano a Emater pretende introduzir no sistema pelo menos 4,3 milhões de alevinos para cultivo.

Dados publicados pelo Ministério da Agricultura, em 2015, indicam que, entre 2000 e 2012, a atividade de criação de peixes, crustáceos e moluscos em cativeiro cresceu 6,7%, mais que a bovinocultura (1,2%) e a suinocultura (1%) no mesmo período. Em 2013, dados do IBGE apontavam que 38% da produção nacional de pescado já era oriunda da aquicultura, contra 62% do extrativismo (a pesca no meio natural, mar ou rios).

Entre os pescadores artesanais, entretanto, o entusiasmo com a atividade pesqueira é contido. O presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado, Vilmar Coelho, diz que a burocracia e as proibições estão enterrando o negócio. “O número de pescadores vem se mantendo entre 18 e 19 mil. O que nos preocupa é a sucessão; os jovens não têm demonstrado interesse na atividade”, revela.

Correio do Povo
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