Dia do médico veterinário evidencia sua importância para mercado pet e produção do agronegócio

Dia do médico veterinário evidencia sua importância para mercado pet e produção do agronegócio

Questões de saúde pública têm colocado o profissional em evidência nos últimos 10 anos

Itamar Pelizzaro

Mauro Moreira: "Médico veterinário se tornou o profissional do futuro"

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Primeiro presidente eleito oriundo do interior do Estado em 55 anos para presidir o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Mauro Moreira celebra o Dia do Médico Veterinário neste sábado exaltando a importância do profissional para as cadeias produtivas de proteína animal e para o bem-estar dos pets. Para Moreira, a atividade está e continuará em ascensão. “O médico veterinário hoje se tornou o profissional do futuro, porque é o único com a capacidade de trabalhar com animais, meio ambiente e a saúde das pessoas”, destaca. Moreira diz que a valorização dos profissionais da área pode melhorar, mas entende que ela virá a partir do aprimoramento de cada profissional.

O presidente diz que as questões de saúde pública têm colocado o veterinário em evidência nos últimos 10 anos. “As principais doenças emergentes no mundo vêm e virão dos animais”, afirma. Ele contextualiza a afirmação ligando-a com a produção de alimentação. Assim como o agricultor, que produz alimentos para café, almoço e janta para o povo urbano, o profissional veterinário também carrega essa responsabilidade. “No agronegócio, somos o elo principal da cadeia. Estamos nas grandes granjas de suínos, nos aviários, na produção de bovinos a campo, na produção de carnes para o mundo”, destaca. “Na cadeia do leite, o profissional está presente nas fazendas, zelando pela sanidade dos animais, e nas indústrias, verificando a qualidade de leite, queijos e embutidos. Na produção de carnes, é ele que inspeciona a produção e certifica a sanidade dos alimentos”, descreve.

Novas tecnologias

Nos últimos anos, outro flanco de trabalho se abriu com o aumento do número de animais de estimação pelas famílias. “Foi muito grande a procura por médicos veterinários durante a pandemia, quando as pessoas ficaram trancadas em casa e o animal de companhia serviu como uma ajuda psicológica. Hoje, existem terapias em hospitais, asilos e locais de crianças com animais”, salienta. Moreira cita a realização da Pet South America, em agosto, em São Paulo, onde foram exibidas as tendências do setor, evidenciando o interesse do mercado no setor e a necessidade de constante qualificação dos veterinários.

“As tecnologias usadas para a medicina humana, como por exemplo tomografia e ressonância magnética, hoje são usadas em medicina veterinária. Tem campo de trabalho, mas o profissional do futuro precisa estar preparado e ter essa visão de novo mundo”, diz. Moreira destaca que faltam profissionais em áreas como a agroindústria, vigilância sanitária, agroecologia, piscicultura e na cadeia de ovinos. “Temos muito ainda a crescer nestas áreas e ressalto a importância dos governos com políticas públicas para fomentar essas áreas”, ressalta.

Especialização

O CRMV tem atualmente 22 mil médicos veterinários inscritos, sendo 16 mil ativos, além de 660 zootecnistas e um universo de 18 mil empresas, desde clínicas, hospitais e agroindústrias que trabalham com produtos de origem animal. “O médico veterinário responsável técnico por uma empresa ajuda no crescimento dessa empresa, que vai conseguir uma certificação para vender em todo o Brasil. Então, não é um custo a mais ter um médico veterinário como responsável técnico, mas uma possibilidade de abertura de novos mercados.” 

O Rio Grande do Sul tem 29 cursos de medicina veterinária, a maioria no Interior, que formam 1,3 mil pessoas a cada ano. A maior concentração de profissionais está na área pet, que também seleciona seus médicos com base nas aptidões. “Hoje não se aceita mais profissional apenas com graduação. Tem que ter especialização, trabalhar com o que tem de novidade na área”, afirma Moreira, destacando que o mercado pet do Brasil é o segundo do mundo, atrás somente dos Estados Unidos. 

Atualmente, os veterinários têm conquistado espaço de trabalho em grandes redes de supermercados, cuidando de produtos de origem animal, e encontram oportunidades dentro de políticas públicas que envolvam aeroportos, microchipagem e controle populacional por parte de prefeituras.

 


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