Dirigente do Banco do Brasil confirma fraude no Pronaf no RS

Dirigente do Banco do Brasil confirma fraude no Pronaf no RS

Oito funcionários do BB foram afastados no Rio Grande do Sul

Agência Senado

Fraude pode envolver 50 funcionários, disse Osmar Dias

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Em depoimento nesta quinta-feira na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, o vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil (BB), Osmar Dias, confirmou que houve fraude com desvio de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em agências do BB em Santa Cruz do Sul.  Conforme Dias, são investigados cerca de 6 mil contratos intermediados pela Associação Santa-Cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac) junto a agricultores familiares da região, que somam R$ 88,8 milhões, de 2006 a 2013. 

Após auditoria, o banco já afastou oito funcionários, mas ainda investiga possível envolvimento de 50 servidores. Ao anunciar a conclusão da investigação no fim de maio, o vice-presidente disse tratar-se de um problema pontual.

"Nós atendemos um 1,2 milhões de pronafianos no País e estamos falando aqui de uma região pequena, com 6.335 mutuários. O banco é maior interessado em que esse assunto seja esclarecido, pois quem está sendo prejudicado é o Banco do Brasil e um programa que não conheço outro no mundo de tamanha importância para a agricultura familiar", completou.

Osmar Dias disse estar trabalhando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em regras para aumentar a segurança na emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), uma espécie de credencial para que um agricultor possa ter direito a acessar o crédito. Participaram do debate os senadores senadores Acir Gurgacz (PDT-RO), Waldemir Moka (PMDB-MS), Lasier Martins (PDT-RS), Donizete Nogueira (PT-TO), José Medeiros (PPS-MT) e a presidente da CRA, Ana Amélia (PP-RS).

A fraude

A suspeita vem sendo investigada pela Polícia Federal e por integrantes do Ministério da Agricultura desde novembro do ano passado. De acordo com as denúncias, mais de 6 mil pequenos agricultores foram vítimas de fraude em contratos de financiamento pelo programa. Eles teriam sido enganados na contratação do empréstimos, intermediados pela Associação Santacruzense de Pequenos Agricultores Camponeses (Aspac), mas não receberam o dinheiro e ficaram com a dívida.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895