Divergência sobre taxa de frio leva Farsul estudar judicialização

Divergência sobre taxa de frio leva Farsul estudar judicialização

Federação quer que frigoríficos deixem de fazer a cobrança. Sicadergs diz não compreender posição dos produtores

Correio do Povo

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A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) estuda a possibilidade de ingressar na Justiça para pedir o fim da Taxa de Frio, cobrança de 2% feita pela indústria sobre o peso da carcaça por conta da perda por resfriamento. O presidente da federação, Gedeão Pereira, informa que o departamento jurídico está analisando os detalhes da ação e o momento oportuno para a judicialização. Já, o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) afirma não compreender a posição tomada pelos produtores rurais.

A Farsul argumenta que, desde maio, intensificou as tratativas com o Sicardergs na tentativa de acabar com a taxa, que não existe em nenhum outro Estado. Segundo Pereira, os produtores se sentem lesados pela cobrança. “Realmente, não vemos justificativa para este desconto”, ressaltou o dirigente. Em assembleia do Conselho de Representantes da Farsul no final de novembro, 82 sindicatos aprovaram a medida de forma unânime.

O presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen, diz que a taxa foi instituída em comum acordo entre indústria e pecuaristas, há mais de 40 anos, porque é de conhecimento de todos a perda de peso da carcaça durante o processo de resfriamento. “Não vemos a judicialização como uma estratégia correta, porque assim como nós precisamos dos produtores, eles também precisam da indústria”, rebate Lauxen. Ele informa que está contatando as empresas associadas para tentar buscar alternativa que evite o caso ser levado à Justiça. Diz que, se os frigoríficos chegarem a alguma conclusão nos próximos dias, a Farsul será informada.

 


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