Efeito estufa pode causar impactos na produção agrícola mundial, diz pesquisador da Ufrgs

Efeito estufa pode causar impactos na produção agrícola mundial, diz pesquisador da Ufrgs

Agricultura, pecuária e reflorestamento respondem por um terço da emissão do gás

Correio do Povo

Assunto foi tratado na Roda de Diálogo sobre Agricultura e Alimentação em Sociedades Urbanizadas

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A agricultura, a pecuária e o reflorestamento respondem por um terço da emissão de gás de efeito estufa. A revelação foi feita nesta quinta-feira pelo vice-diretor do Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios (Cepan-Ufrgs), Jean Philippe Révillion, na Roda de Diálogo sobre Agricultura e Alimentação em Sociedades Urbanizadas no espaço institucional da Emater/RS-Ascar. Segundo ele, recentes estudos trouxeram evidências de que se iniciou uma etapa de aceleração acentuada das temperaturas globais – acima das previsões do Intergovernmental Panelon Climate Change (IPCC).

“Essas mudanças causarão impactos negativos na produção agrícola mundial o que deverá ser um desafio fundamental para a segurança alimentar da população”, frisou. Nas regiões tropicais as temperaturas já se encontram próximas do limite adequado para a manutenção de patamares esperados de produtividade de muitas culturas. Há previsão de mudanças na produtividade entre 2010 e 2050 mantidas as características atuais dos sistemas produtivos. Em especial, na América Latina, há risco elevado de redução significativa da produtividade dos sistemas agrícolas convencionais em qualquer projeção de aquecimento global tanto no médio (até 2040) quanto no longo prazo (até 2100).

Na região da América Latina e do Caribe, o Brasil é o principal emissor de óxido nitroso, seguido da Argentina e da Colômbia. A maior parte deste, oriundo do uso de fertilizantes nitrogenados (quase 80%) nas plantações, seguido pelas emissões decorrentes do transporte da produção (pouco menos de 20%).

Para 2020, segundo ele, existem perspectivas de perda de R$ 7 bilhões na produção agrícola e de R$ 14 bilhões até 2070. “As projeções apontam para redução das áreas de soja em até 40% até 2070. Já na cultura do café, as perdas devem ficar em 30%”, projetou.

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