El Niño deve trazer chuvas abundantes para o Rio Grande do Sul no trimestre

Em razão do retorno do fenômeno El Niño, o inverno deste ano deverá ter volumes de chuva elevados e tende a ser menos rigoroso em relação às temperaturas em todo o Rio Grande do Sul. É o que prevê o Boletim do Clima elaborado pelo Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), para os meses de junho, julho e agosto.

No momento, o Rio Grande do Sul passa por uma fase de transição, após o fim de um longo La Niña marcado por escassez de chuvas no verão, segundo o coordenador do Simagro, Flávio Varone. Boa parte dos modelos climáticos, explica o meteorologista, sinaliza a formação do El Niño, mas ainda não é possível confirmar com que intensidade o fenômeno se apresentará. “A probabilidade de El Niño é muito grande. Se for de intensidade moderada a forte, ele traz uma chuva bem expressiva (para o Estado), destaca Varone.

O meteorologista lembra que o último evento do tipo ocorreu entre os anos de 2015 e 2016, causando prejuízos com cheias e inundações. O período de setembro a novembro de 2015 foi classificado como extremamente úmido em diversas regiões, enquanto o de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 apresentou normalidade na maioria das áreas e umidade extrema no noroeste gaúcho.

No cenário atual, a expectativa de chuvas abundantes nos próximos meses poderá atrapalhar a safra de inverno, especialmente no fim do ciclo e durante a colheita. “Com os dados que se tem hoje, a projeção é de El Niño forte, com chuva frequente. Então (o agricultor) vai ter janelas muito curtas para trabalhar”, diz Varone. Nessas condições, a semeadura das culturas de verão também pode sofrer atrasos. “A primavera, por si só, já é mais chuvosa. Com o El Niño, temos intensificação dessa chuva, geralmente em setembro, outubro, novembro”, acrescenta o meteorologista.

Para a temperatura, o Boletim do Clima informa que as máximas deverão ficar próximo ou ligeiramente acima da média de junho e abaixo do patamar normal nos meses de julho e agosto. Já as mínimas deverão apresentar valores superiores ao padrão climatológico de junho e julho e inferiores à média na maioria das regiões no decorrer de agosto.

A previsão de chuva

Junho: acima da média na maioria dos municípios, com valores próximos da normalidade nas regiões Norte e Nordeste.

Julho: acima da normalidade em todas as regiões.

Agosto: acima da média em todo o Estado.