Emater demonstra importância do milho irrigado na Expodireto

Emater demonstra importância do milho irrigado na Expodireto

Na plantação que sofreu com estresse hídrico, produtividade vai de 50 a 70 sacas por hectare

Felipe Faleiro

Lavoura irrigada foi colocada lado a lado com a plantação que sofreu com estiagem

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Dois campos de milho, um ao lado do outro, em meio à 22ª Expodireto Cotrijal. À esquerda, a planta está mais baixa, e as espigas têm diversas falhas. À direita, o desenvolvimento é bem mais evidente. As plantas estão maiores e mais vivas. Há uma diferença importante entre ambos os cenários: no primeiro, o milho recebeu apenas “a chuva de Não-Me-Toque em 130 dias”, conforme explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Douglas Campigotto. No outro, houve o manejo de irrigação adequado na cultura neste mesmo período. 

Pela segunda edição seguida, técnicos da Emater estão demonstrando o projeto, que envolve o programa Pró-Milho/RS, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). O objetivo da ação é justamente demonstrar a diferença entre áreas irrigadas corretamente e aquelas que receberam apenas chuva de maneira natural. “A produtividade do milho somente com chuva é de 50 a 70 sacas por hectare, talvez. Na direita, que foi regado, a produção chega a 180, 190 sacas tranquilamente”, observa Douglas. A soja é outra cultura demonstrada durante o evento.

A Emater está demonstrando, durante a Expodireto, os diferentes sistemas de irrigação, como aspersão convencional, aspersão autopropelida com carretel e com pivô central. Na área irrigada conduzida na parcela, o potencial produtivo é de mais de 12 toneladas do grão por hectare, representando uma receita bruta para o produtor de cerca de R$ 20 mil. A escolha do método deve ser feita conforme o relevo e disponibilidade de água.

Além disto, é necessária também a seleção de um bom híbrido, preparo do solo e manejo adequados. Douglas comenta que o produtor com dúvidas sobre o uso da irrigação para aumentar a produtividade pode procurar o escritório local da Emater mais próximo. “Vamos conseguir demonstrar qual a forma mais adequada para aquele terreno. E o mais importante é saber se haverá água disponível. É preciso ter esta reserva. Quando eu colocar um sistema de irrigação, tenho uma ferramenta excelente na minha mão. Mas, antes de tudo, preciso pensar em solos”, afirma.

A Emater/RS-Ascar está com uma extensa programação. São 12.500 m², divididos em 16 parcelas temáticas em um dos maiores espaços de uma única entidade no evento. Entre os temas desenvolvidos, estão o espaço do turismo rural, Cozinha Show, energia fotovoltaica, horticultura, solos, florestas comerciais, secagem e armazenagem, horto de plantas bioativas, bovinocultura de leite e irrigação, cooperativismo e agroindústria, meliponicultura e apicultura, tecnologia de aplicação, além de oficinas de piscicultura. Sem contar os eventos promovidos pela Emater, como a estimativa final da safra e a pesquisa das mulheres rurais gaúchas, ambas realizadas na última terça.


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