Emater ensina a identificar morcegos hematófagos

Emater ensina a identificar morcegos hematófagos

Objetivo da ação é ajudar produtores a combater a raiva bovina


Camila Pessoa*

Vilmar Wruch Leitzke recebe os visitantes e explica sobre as diferenças entre morcegos

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Uma das atrações da parcela de bovinos de leite da Emater/RS-Ascar na Expodireto Cotrijal é a exposição de fotografias, desenhos e animais dissecados para mostrar como diferenciar o morcego hematófago (Desmodus rotundus), que transmite a raiva bovina, de outras espécies de morcego. A exposição está disponível aos visitantes feira, durante todos os dias de evento, dentro de um micro-ônibus da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Vilmar Wruch Leitzke, recebe os visitantes na exposição. Ele ficou satisfeito com o movimento da feira. “Me parece estar sendo um momento de resgate, ontem e hoje, hoje principalmente está bem interessante”, relata, referindo-se a esta quarta-feira. “As pessoas sabem que existe um problema, ouvem falar de focos mas não saberiam diferenciar o morcego. Essa questão do visual, de olhar o morcego e saber diferenciar é importante”, diz.

De acordo com ele, morcegos hematófagos têm certas diferenças morfológicas de morcegos com outras dietas. Além de normalmente serem menores, aqueles que se alimentam de sangue têm um crânio com formato mais achatado e dentes incisivos maiores. “Nós temos quatro morcegos diferentes, que mostramos (ao público). E eles chamam muito a atenção justamente por você poder comparar, nessa perspectiva”, explica Leitzke.

Segundo o extensionista, ao identificar o morcego hematófago em sua propriedade, a primeira coisa que o produtor deve fazer é encontrar a sua colônia, de onde ele está vindo. O segundo passo é identificar se os morcegos estão atacando os animais. Por fim, constatadas as ocorrências do morcego e do ataque, deve-se comunicá-las ao serviço sanitário e fazer a vacinação preventiva dos animais.

Nem sempre, ao ser atacado, o bovino desenvolve a doença. Alguns sinais de que o animal está infectado são o seu afastamento do rebanho e dificuldades para deglutir. Além disso, ele pode parar de ruminar, ter pupilas dilatadas, pelos eriçados e alta salivação, além de andar cambaleando. A raiva bovina não tem cura e, na maioria dos casos, leva à morte do animal. A doença também é transmissível para humanos, a partir do contato com a saliva e fezes do infectado.

Essas e outras informações estão disponíveis na exposição, que é apenas uma das atrações da parcela de bovinos de leite da Emater/RS-Ascar na Expodireto. Além da raiva bovina, são trazidas informações sobre o carrapato, o uso de tifton em pastagens, bem estar animal, dimensionamento da sala de ordenha e irrigação.

*Sob supervisão de Elder Ogliari


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895