Embrapa desenvolve novo biodefensivo

O combate à Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho) e à Chrysodeixis includens (falsa-medideira), que podem atingir as culturas do milho, da soja e do algodão, entre outras, terá como aliado um novo inseticida desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria público-privada com a empresa Ballagro Agro Tecnologia. O biodefensivo, com o nome comercial Acera, foi desenvolvido a partir de duas substâncias isoladas da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz proteínas tóxicas para os insetos, mas não é nociva para humanos ou animais vertebrados e nem contamina o meio ambiente.

Responsável pelo estudo, o pesquisador Fernando Hercos Valicente explica que a grande vantagem do produto biológico é sua baixa toxicidade. “Ele não afeta o meio ambiente, não intoxica aplicadores, não mata inimigos naturais das pragas e não polui rios e nascentes”, assegura.

Valicente destaca que, a cada ano, os pesquisadores observam o aumento da resistência das pragas controladas por cultivares transgênicas. Por esta razão, pondera, os bioinseticidas contribuem para a sustentabilidade das lavouras, atacando apenas os insetos-alvo e promovendo maior equilíbrio da biodiversidade.

Somente em 2020, o Ministério da Agricultura  registrou 95 novos defensivos de baixo impacto, de um total de 411 produtos do gênero disponíveis ao produtor. Foi o maior número de registros de produtos desse perfil em um mesmo ano.