Emergência fitossanitária acende alerta na avicultura

Emergência fitossanitária acende alerta na avicultura

Exigida pela OMSA, declaração enfatiza importância de reforçar medidas para impedir propagação da gripe aviária, diz médica veterinária

Patrícia Feiten

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Embora não represente mudanças nas ações já em andamento para evitar a disseminação da gripe aviária no Brasil, a declaração de emergência zoossanitária em todo o território nacional deve incentivar os avicultores a intensificar esses procedimentos, avalia a médica veterinária Rosane Collares, diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Motivada pela confirmação de oito casos de infecção em aves silvestres no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a portaria com a medida foi publicada na segunda-feira pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em edição extra do Diário Oficial da União.

De acordo com a pasta, o objetivo é impedir que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial. “Como ainda não se tem infecção (nesses segmentos), acaba-se quase entrando de novo numa ‘normalidade’. Então, um fato novo como este é importante para o Brasil, reforça a importância de manter as medidas de biossegurança muito ativas”, destaca Rosane. No caso do Rio Grande do Sul, a veterinária observa que os protocolos sanitários vêm sendo aplicados desde outubro do ano passado, quando foi registrado o primeiro caso de influenza aviária na Colômbia. “Não muda nada porque o nosso ritmo já vinha bastante intenso. Se alguém (produtor) vinha num ritmo um pouco mais lento, deve ter sido despertado agora”, diz.

Segundo a veterinária, a declaração de emergência zoossanitária é uma exigência que deve ser cumprida por todos os países signatários da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em casos de enfermidades de alto poder de difusão, como a gripe aviária. “O país onde foi detectado a enfermidade precisa comunicar de imediato a OMSA e fazer a declaração de emergência zoossanitária”, explica Rosane. Válido por 180 dias, o ato também possibilita ações integradas entre o Mapa e outros órgãos governamentais e, se necessário, o repasse de verbas e outros recursos para auxiliar os estados no controle da doença.


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