Enchentes prejudicam produção gaúcha de aves e suínos

Enchentes prejudicam produção gaúcha de aves e suínos

Danos às pontes e vias dificultam socorro a produtores do Vale do Taquari e da Serra, que concentram 20% dos planteis integrados do Estado

Thaise Teixeira

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As enchentes ocorridas no Vale do Taquari e na Serra gaúcha impactaram a produção de aves e de suínos no Estado. Por enquanto, a maior dificuldade das entidades representativas de produtores e indústrias integradas está em mensurar o tamanho dos estragos, assim como da Emater-RS/Ascar. Sem conseguir estabelecer contato com as áreas rurais dos municípios atingidos, as integradoras não conseguem nem abastecer os planteis. “Iniciamos o transporte de rações balanceadas para os lotes que ficaram retidos no campo, mas não conseguimos chegar às propriedades. São produtores que teriam os animais recolhidos para o abate por esses dias e só os poderão entregar lá por terça-feira”, relata o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber.

Nas indústrias, o clima é de reconstrução. Muitas enfrentam falta de funcionários, que ficaram ilhados por conta da chuva e/ou perderam residências e familiares. Empresas também tiveram instalações danificadas, interrompendo e prejudicando suas operações. “As plantas de abate estão se reposicionando, fazendo a recuperação, porque alguma parte acabou invadida pelas águas, com a subida do nível do rio”, comenta Kerber. Entre elas estão Dália, BRF e Minuano. Outras localizadas em cidades como Caxias do Sul e Montenegro também relatam problemas. A previsão é que, até amanhã, as condições operacionais sejam retomadas, “mesmo que precárias”, pontua o dirigente. 
Contudo, Kerber ressalta que a tragédia não causará desabastecimento à população gaúcha. “As duas regiões respondem pelo abate de 3,3 milhões de aves e de 40 mil suínos por dia, o que não alcança 20% da produção total do Estado”, diz.

"Nos solidarizamos com todas as perdas sofridas e que ainda estão sendo contabilizadas. Sabemos que teremos um longo trabalho pela frente. Nossos técnicos da Emater/RS estão a campo, dentro das suas limitações e possibilidades de acessar os locais que foram mais danificados. Tão logo tenhamos condições de realizar o levantamento dos dados ou ter uma previsibilidade disso, iremos começar o trabalho de recuperação dessas propriedades", garantiu o secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Ronaldo Santini.


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