Ensaio mostra diferenças entre cultivares de trigo

Ensaio mostra diferenças entre cultivares de trigo

Produtividade observada em estudo divulgado ontem pela Farsul e Fundação Pró-Sementes variou até 35 sacos por hectare na mesma região

Danton Júnior

Agricultores podem usar informações

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Enquanto ainda contabiliza os prejuízos da safra de verão, o produtor gaúcho ganhou uma ferramenta para buscar a recuperação da atividade a partir do próximo plantio de inverno. Farsul e Fundação Pró-Sementes lançaram ontem mais uma edição do Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) para a cultura do trigo. A pesquisa, conduzida na safra 2021 em sete municípios gaúchos, comparou o desempenho de 30 cultivares, representadas por cinco obtentores presentes no mercado gaúcho.

A cultivar ORS 1403 cultivada em Vacaria, na região mais fria do Estado, foi a campeã de produtividade, com 162,1 sacas por hectare. O volume é mais do que o triplo da média estadual de produção de trigo por hectare, que segundo a Conab é de 49,97 sacas. Na mesma região, a cultivar com menor produtividade alcançou 127 sacas por hectare, o que representa uma diferença de 35 sacas para a primeira colocada. Considerando o preço da saca a R$ 85,00, a diferença de ganho é de quase R$ 3 mil por hectare.

Segundo a gerente de pesquisa da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, 2021 foi um ano bom para a cultura do trigo, com valorização do cereal, apesar de alguns estragos provocados pelo clima no Estado.

Além da produtividade, o ECR também tem se dedicado a observar as características de qualidade do trigo produzido no Rio Grande do Sul. “As empresas de genética vêm há anos trabalhando em termos de resistência a doenças de espiga e procurando diminuir os níveis de micotoxinas”, observou.

“Plantando a cultivar certa, no lugar certo, a chance de produzir bem com o mesmo manejo é muito maior”, disse o coordenador da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim. Na avaliação dele, o cereal de inverno pode ser a “mola propulsora” da recuperação econômica do Estado após a frustração com a safra de verão. “Já temos negócios (para a próxima safra) acima de R$ 90,00 (a saca), desde que atendam à demanda da indústria moageira, que é de qualidade”, resumiu.

A semeadura das lavouras pesquisadas ocorreu entre 26 de maio e 9 de julho, conforme o município. O estudo está disponível nos sites da Farsul e da Fundação Pró-Sementes. 


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