Equalização de juros anunciada pela Fazenda contempla agricultura familiar, diz Fetag
Entidade, no entanto, teme que se repita a situação de Planos Safras anteriores, quando os recursos de equalização se esgotaram antes do fim do ciclo
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A portaria que estabelece as condições para o pagamento da equalização de taxas de juros em financiamentos rurais concedidos no Plano Safra 2023/2024, foi bem recebida por representantes da agricultura familiar. O assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Kaliton Prestes, avaliou como suficientes as possibilidades permitidas pela equalização para esta safra. A Portaria Nº695 foi publicada na segunda-feira pelo Ministério da Fazenda, e, na terça-feira, Diário Oficial da União.
De acordo com Prestes, a principal preocupação em relação a equalização é que, em anos safra anteriores, o limite de recursos destinados pelo Tesouro Nacional para o crédito rural acabaram se esgotando ainda no meio do ciclo, causando a paralisação das contratações de empréstimos e prejuízos aos agricultores e à produção de alimentos. Quanto a essa possibilidade, ele afirma que não é possível prever com certeza se ocorrerá, ou não, a mesma situação neste ano, pois também depende da quantidade de contratações feitas.
Contudo, o agrônomo da federação salienta como ponto positivo o fato de que, além dos bancos tradicionais, algumas instituições começaram a fazer parte do financiamento neste ano, o que “é um indicativo de que a agricultura familiar está causando apetite nos agentes financeiros e significa que o setor vai muito bem”, pontuo. Também merece destaque a elevação de 25% para 30% na obrigatoriedade que os bancos têm de destinar os “depósitos à vista” para o crédito rural, assim como o crescimento dos recursos vindos da poupança, que passaram de 59% para 65%. “É uma uma questão bem importante, que aumenta de forma bem significativa os recursos destinados ao Crédito Rural”, conclui
*Sob Supervisão de Nereida Vergara