Escassez de recursos federais dificulta repactuação de dívidas

Escassez de recursos federais dificulta repactuação de dívidas

Farsul relata que somente o Banco do Brasil consegue prorrogar os débitos. Fetag-RS orienta produtor que encontrar dificuldades na renegociação a não pagar crédito

Correio do Povo

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Entidades representativas do agronegócio gaúcho relatam dificuldades em repactuar dívidas relativas ao crédito rural, cujo pagamento foi prejudicado pela estiagem do último verão. Com perdas próximas a 40% da safra 2022/2023 de milho e de soja, tanto agricultores empresariais como familiares podem solicitar a repactuação, conforme previsto no Manual de Crédito Rural. No entanto, esbarram na falta de recursos do governo federal. 

Conforme nota técnica divulgada pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) nesta quarta-feira, somente o Banco do Brasil está conseguindo operacionalizar as prorrogações. O restante das instituições financeiras aguarda repasse federal para compor a parte governamental dos débitos. "Verifica-se a necessidade de apenas R$ 215,9 milhões para resolver os problemas dos produtores gaúchos que, por duas vezes consecutivas,amargaram perdas em virtude da estiagem", aponta estudo da Assessoria Econômica da entidade.

A indicação da Federação é que o valor seja remanejado do orçamento da Formação de Estoques Públicos - AGF que é de R$ 715.982.401,00. Até o momento foi empenhado R$ 42.663.316,14, menos de 6%."Estamos apresentando o problema e também a solução, mas a decisão de fazer ou não é política", comenta o economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz.

Já a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), que esperava para esta semana novos anúncios federais para socorrer os atingidos pela estiagem, orientou os produtores a solicitar a prorrogação do Custeio Pecuário de acordo com disposto no Manual de Crédito Rural 2-6-4. "E aqueles(as) que encontrarem dificuldade de prorrogar as operações junto ao agente financeiro, orientamos que não efetuem o pagamento", indicou a federação.

Segundo a entidade, o governo comprometeu-se a conceder rebate para o Pronaf Custeio Pecuário, que não conta com a cobertura do Proagro Mais/Seguro Rural, e com a prorrogação das parcelas do Pronaf Investimento para o último ano do contrato. Segundo disse o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, os anúncios ocorreriam nesta semana, conforme indicação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).


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