Escolas agrícolas relatam problemas decorrentes da estiagem

Escolas agrícolas relatam problemas decorrentes da estiagem

Para manter setores funcionando, instituição precisou diminuir na pesquisa e na produção

Correio do Povo

Associação pede ações do governo

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A colheita de milho da Escola Técnica Estadual Cruzeiro do Sul, em São Luiz Gonzaga, foi de 32 sacos por hectare, o que não supre as necessidades de alimentação para as aves, ovinos, suínos e bovinos de leite, que consomem entre 100 a 130 sacos. Isso aconteceu em decorrência da estiagem e fez com que a escola tivesse que reduzir a produção e o setor de pesquisa, situação que se repete em outras escolas agrícolas do Estado. “As escolas foram impactadas  fortemente por estas estiagens, uma vez que possuem em seus laboratórios extensões de terra onde são realizados os experimentos agrícolas e pecuários”, afirmou o presidente da Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea), Fritz Roloff, em nota.

“Nós temos uma área de campo nativo que envolve várzeas e que está seca. Com isso, o nosso gado vem sofrendo muito com a falta de alimentação”, completou o diretor da Escola Técnica Estadual Cruzeiro do Sul, Ayrton Avila da Cruz. Segundo ele, a crise do milho se repete para a soja, cultura que ocupa 110 hectares da escola, que este ano devem produzir em torno de dois sacos por hectare, ante os 4,3 sacos por hectare colhidos na safra passada. “Como instituição de ensino, temos a função de contribuir para achar alternativas, discutir, problematizar essa situação com os nossos estudantes que também são filhos de agricultores e que sofrem em suas propriedades com a falta de chuva”, disse Cruz, em nota.

A situação de estiagem soma-se aos prejuízos deixados pela pandemia, o que faz com que as escolas precisem de ainda mais tempo para se recuperar. “Esperamos sinceramente que o poder  público ouça a sociedade, as escolas e, principalmente, as direções dos setores técnicos, para que possam haver intervenções fortes no sentido de alavancar esse processo e criar cada vez mais qualidade”, afirmou Roloff.


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