Estado abre oficialmente colheita de tabaco da nova safra

Estado abre oficialmente colheita de tabaco da nova safra

Abertura ocorreu nesta quinta-feira (28)

Otto Tesche

Foto da abertura oficial da colheita na propriedade de Oladi Lúcio e Marli Schroeder

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A abertura oficial da colheita de tabaco no Rio Grande do Sul ocorreu na tarde desta quinta-feira na propriedade dos produtores rurais Oladi Lúcio e Marli Schroeder, na localidade de Faxinal de Dentro, no interior de Vale do Sol. A família é considerada modelo pela qualidade da produção e diversificação de culturas. A solenidade também marcou a comemoração do Dia do Produtor de Tabaco e teve a organização da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, junto com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) e Prefeitura de Vale do Sol.

Os dados definitivos sobre a área de produção serão conhecidos no mês de novembro, após o encerramento do prazo de inscrição para o seguro mútuo das lavouras. Mas a estimativa inicial aponta a redução de 5% a 7% em relação aos 273 mil hectares plantados no ano passado nos três estados do Sul do País. A diminuição, conforme o tesoureiro da Afubra, Marcelino Drescher, é consequência do aumento do custo da mão de obra e equalização do mercado, com a tentativa de reduzir a oferta do produto para garantir melhor preço para a colheita. Observa também que alguns produtores estão migrando para o plantio de soja e milho, pois a lucratividade com o tabaco diminuiu nos últimos anos em relação a essas culturas. 

No Baixo do Vale do Rio Pardo a colheita chega a 10% da área plantada até o momento, conforme dados da Afubra. Nos três estados do Sul do País, o índice está entre 4% e 5%. No entanto, ainda há regiões onde falta o plantio de 25% da área prevista para esta safra. Os anfitriões da abertura oficial da colheita são associados da Afubra há 30 anos, com uma propriedade de 31 hectares, com o plantio de 250 mil pés de tabaco da variedade Virgínia, soja, milho e criação de gado de corte, além da agricultura de subsistência. Oladi e Marli são filhos de fumicultores e têm em seus filhos, Dionas Gilberto e Inês Regina, em suas propriedades, a garantia da sucessão na cultura. 

O presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, destacou o trabalho de qualidade dos produtores brasileitos, que tornaram o País o segundo maior produtor do mundo e maior exportador há 28 anos. Observou ainda que, em média, as exportações do setor correspondem, em média, a 10% das vendas gaúchas ao mercado externo, o que mostra a sua importância econômica. Já o presidente da Afubra, Benício Werner, ressaltou a sustentabilidade do setor e a contribuição social com a empregabilidade e a geração de impostos. 

O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, fez críticas aos valores pagos para a produção na última safra e defendeu maior valorização do produtor por parte das indústrias. Por sua vez, o diretor executivo da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Guido Hoff, observou que nos três estados do Sul do País há 508 municípios onde existe a produção da cultura, com o envolvimento de 147.618 pequenas propriedades. Ele solicitou um estudo do Estado para melhorar a estrutura de energia elétrica para evitar prejuízos aos produtores com estufas elétricas para a cura do tabaco. 

A secretária da Agricultura do Estado, Silvana Covatti, observou que desde a Expointer ocorre a volta gradativa das feiras no Estado, seguindo com todos os protocolos de segurança devido à pandemia, representando a retomada econômica. Silvani informou que até o dia 15 de novembro o Estado deve lançar o projeto Irriga Mais, que deverá envolver também em melhorias nas redes de energia elétrica nas áreas rurais. 

A cerimônia de abertura da colheita começou com a assinatura do termo de cooperação técnica do Programa Milho, Feijão e Pastagens após a Colheita do Tabaco. A ação de diversificação no Rio Grande do Sul ocorre em parceria do governo gaúcho, através da Secretaria da Agricultura, com o Sinditabaco, Afubra e a participação da Emater, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).  


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