Estado investe em projeto de monitoramento de emissões

Estado investe em projeto de monitoramento de emissões

Articulada no Codesul, iniciativa envolve tecnologia baseada em captação de imagens via satélite para mensurar pegada de carbono de atividades rurais

Patrícia Feiten

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O Rio Grande do Sul intensifica ações rumo à neutralidade de carbono. O objetivo é a implantação de um projeto para mensuração de emissões de gases do efeito estufa via satélite e vem sendo tratado no âmbito do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). Chamada de STARSS (Sensoriamento Remoto de Estados e Regiões, na sigla em inglês), a iniciativa é conduzida pela rede global de governos Under2 Coalition em parceria com a plataforma Climate TRACE, que usa inteligência artificial para interpretar dados de mais de 300 satélites e 11 mil sensores em terra e mar pelo planeta.

A titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, explica que a tecnologia foi discutida durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), realizada em novembro, no Egito. No evento, o governo gaúcho assinou um protocolo de intenções para execução de medidas na área ambiental que contemplem o enfrentamento da mudança climática. “E o Projeto STARSS se enquadra perfeitamente nesse protocolo”, diz. 

Atualmente, a falta de dados precisos sobre emissões e captura de carbono constitui um dos gargalos na execução de planos ambientais, segundo a secretária. “O STARSS é um projeto experimental que usa as imagens de satélite para mensurar as emissões de cada tipo de uso do solo. Há outras tecnologias que são mais utilizadas e aceitas, mas a imagem de satélite nos daria uma resposta mais rápida “, destaca Marjorie.

As fontes de financiamento para o projeto devem ser debatidas na primeira quinzena de janeiro de 2023 na próxima reunião do Codesul, que inclui os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. A secretária lembra que o programa Avançar Sustentabilidade, anunciado pelo governo gaúcho em janeiro deste ano, prevê a destinação de R$ 193 milhões em recursos do Tesouro a projetos de sustentabilidade, dos quais R$ 115,3 milhões se referem a ações relacionadas ao clima.

O uso de recursos próprios, porém, não é a única alternativa no horizonte. “O intuito da Under2 Coalition é que usemos fundos de investimento internacionais que precisam ser colocados nessas ações climáticas, então temos uma forte perspectiva de fazer esse estudo sem custo inicial para os estados”, afirma Marjorie. Por essa razão, a discussão articulada no Codesul é considerada estratégica. “Isso faz com que tenhamos uma capacidade maior de captar recursos e também nos torna mais interessantes para esses projetos que ainda são em escala pequena e experimentais”, observa a secretária.   


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