Estiagem é nova ameaça à cultura de trigo

Estiagem é nova ameaça à cultura de trigo

Situação é atípica no período e afeta regiões em fase de enchimento de grãos e início de florescimento, como Passo Fundo e Campanha

Taís Teixeira

Cultura do trigo também foi afetada por geadas neste ano

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A falta de chuvas volumosas prejudica a finalização do ciclo do trigo em regiões produtoras. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar publicado hoje, o momento é de déficit hídrico, situação bastante atípica para este período nas culturas de inverno. As regiões mais afetadas são aquelas em que o trigo está em fase de enchimento de grão, o que atinge o desenvolvimento da planta, como Passo Fundo, e fim de espigamento e início de florescimento, como a Campanha.

O coordenador da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, vê com grande preocupação esta que poderia ser chamada de “segunda estiagem” do ano e admite que haverá perda de produtividade e de qualidade, principalmente no trigo no Planalto Médio, no Noroeste do Estado,  e  nos Campos de Cima da Serra, no Nordeste. A projeção inicial da Farsul, de 3 milhões de toneladas para a safra atual, deve ser reajustada para baixo. “Considerando o cenário de hoje, a colheita seria de 2,4 milhões de toneladas, mas, se não chover, o prejuízo pode ser ampliado”, calcula Jardim.

O diretor técnico da Emater/Ascar-RS, Alencar Rugeri, observa  que as recentes chuvas volumosas de Porto Alegre faltaram nas regiões produtoras. “Eu vi triticultor irrigando a área,  mas ele não planta para irrigar, deveria estar na lavoura de guarda-chuva”, comenta, referindo-se às precipitações que eram esperada para esta época do ano.

Na região de Santa Rosa, atingida por  geada em agosto, 19% da área plantada de trigo está colhida e a produtividade média é de 1.816 quilos por hectare, bem abaixo à esperada.


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