Estiagem beneficia produtividade das lavouras orizícolas

Estiagem beneficia produtividade das lavouras orizícolas

Com 53% das plantações colhidas, Estado alcança rendimento médio de 8.876 quilos por hectare, ante 8.545 quilos por hectare registrados no mesmo período do ano passado

Camila Pessôa

Produtividade aumentou 3,87%

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O sol e o calor que dizimaram mais de 30% das lavouras de soja e mais de 40% das de milho na safra 2022/2023 no Rio Grande do Sul beneficiaram as plantações e arroz. Pelo menos, até agora. É o que garante o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho. “Quando temos períodos de secas, temos também alta luminosidade. Tivemos muitos dias de sol durante o período reprodutivo, em janeiro, o que ajudou no desenvolvimento das plantas”, relata. 

O resultado ficou explícito no último levantamento de safra do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), divulgado no dia 1º de abril, que contempla 53,27% dos 839.972 hectares plantados neste ciclo. Segundo os dados, a produtividade média ficou em 8.876 quilos por hectare na produção de 3,97 milhões de toneladas contabilizada até agora, ou seja, 3,87% a mais que a registrada até o mesmo período do do ano passado - quando o percentual de área colhida estava em 58% e o rendimento era de 8.545 quilos por hectare. “A média de produtividade na Fronteira Oeste está em 8.875 quilos por hectare, na Campanha, em 8.826 quilos por hectare, na Planície Costeira Externa, em 8.312 quilos por hectare, na Planície Costeira Interna, em 9.041 quilos por hectare, na região Central, em 8.678 quilos por hectare e, na Zona Sul, em 9.496 quilos por hectare”, detalha o presidente do Irga, Rodrigo Machado.

Contudo, com pouco mais de 390 mil hectares ainda por colher, Alexandre Velho diz que ainda é cedo para falar em produtividade média da lavoura orizícola nesta safra de forma definitiva, uma vez que a produção das áreas que enfrentaram problemas de irrigação ainda não foi contabilizada. “Pelo menos, 20 mil hectares não vão ser colhidos porque faltou água em algumas propriedades”, comenta. Para esses orizicultores, ressalta o dirigente, “é possível que os prejuízos decorrentes da estiagem tenham sido piores em relação à última safra, quando o período de seca começou mais tarde”.


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