Expoagro Afubra: diversidade de sabores destaca pavilhão de agroindústrias

Expoagro Afubra: diversidade de sabores destaca pavilhão de agroindústrias

Espaço na Expoagro Afubra apresenta empresas consolidadas e também empreendimentos com pouco tempo de operação

Patrícia Feiten

Vanderlei e Solange Bini trouxeram para a feira em torno de 1,5 tonelada de salames, copas e queijos coloniais

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Um dos locais mais movimentados da 21ª Expoagro Afubra, em Rio Pardo, o Pavilhão da Agricultura Familiar faz a alegria dos visitantes interessados em adquirir produtos coloniais como pães, cucas, embutidos, doces, conservas, sucos e vinhos. Neste ano, o espaço de 3.480 metros quadrados abriga 216 estandes, alguns compartilhados por mais de uma marca, de empreendedores de 134 municípios. A grande maioria são agroindústrias de alimentos criadas por pequenos produtores rurais, mas a feira também inclui expositores de artesanato, flores e plantas ornamentais.

Com empresa estabelecida em Não-Me-Toque, o casal Vanderlei Paulo Bini e Solange Auler Bini participa do pavilhão pela 12a vez e trouxe para o evento cerca de 1,5 tonelada de salames, copas e queijos das marcas Bini e Auler. Com base nas vendas da edição passada, eles estimam que o estoque se esgote antes mesmo do final da feira. “Mas a gente tem produtos prontos em casa. Se houver mais demanda, é só buscar. Estou preparado, quero vender mais”, diz Paulo.

Os dois empreendedores contam que começaram a elaborar embutidos em 1997 e os vendiam na feira de produtores do município. Com o apoio da prefeitura e da Emater/RS-Ascar, em 2006 montaram uma agroindústria e três anos depois passaram a participar de exposições regionais. A produção de queijos em sua propriedade rural, que também conta com tambo de leite, começou em 2019. “A demanda veio por causa do salame. O pessoal vem (ao estande), compra o salame e pergunta: onde tu me indicas um queijo bom? Aí, a gente resolveu fazer uma venda casada”, explica Paulo.

Felipe Lazzarotto da Costa apresenta aos visitantes geleia de alho negro e caponatas feitas com a planta e com cogumelo shimeji | Foto: Fabiano Amaral / CP

Ao lado das agroindústrias já consolidadas, a feira promove negócios em fase inicial. Entre os mais de 40 expositores que participam do evento pela primeira vez, o agricultor Felipe Lazzarotto de Costa, da De Costa Cogumelos e Alho Negro, de Monte Belo do Sul, oferece aos visitantes alguns dos itens mais inusitados do pavilhão, apresentados em embalagens de 200 gramas - uma geleia de alho negro e três versões de caponata, tradicional (feita com shimeji e berinjela), premium (de shimeji e alho negro) e oriental (com sabor de yakisoba).

Segundo Felipe, sua família iniciou o cultivo de cogumelos há 20 anos. Hoje, eles colhem de mil a 1,3 mil quilos da planta por mês. “Há três anos, começamos a fazer o alho negro na propriedade e aí surgiu a oportunidade de fazer uma agroindústria para fazer quatro produtos”, afirma. O legume preto, explica o empreendedor, é o alho in natura que, após passar por um processo de maturação durante três meses sob temperatura e umidade controladas, perde o odor forte e adquire um tom escuro e sabor agridoce. “Com a oportunidade de vir para as feiras e apresentar os produtos, está surgindo uma demanda de fora da nossa cidade”, comemora Felipe.

Taciany Carlloto aposta em produtos orgânicos, como a linha de geleias que inclui sabores inusitados, conservas e molhos | Foto: Fabiano Amaral / CP

Outra estreante no pavilhão, a Delícias Carlotto, de São José do Sul, tem três anos de atividades. Para atrair consumidores, aposta no apelo saudável e nos sabores diferenciados. Em seu estande, é possível encontrar molhos de tomate e pesto, caponatas e uma ampla linha de geleias, tudo de produção orgânica. O destaque fica por conta das geleias de cebola, jabuticaba, laranja com pimenta, bergamota com alho e hortelã – a empreendedora Taciany Carlotto preparou para o evento de cerca de 400 potes dos doces de 300 gramas.

Ex-proprietária de uma pizzaria em Novo Hamburgo, Taciany conta que fechou o negócio há 10 anos e se mudou para São José do Sul para se dedicar à agricultura orgânica ao lado do pai, Antonio Carlotto. “A gente já tinha bergamota, começamos a plantar morango. Dali veio a vontade de juntar o que eu sempre fiz na vida, que é cozinhar, com a nossa produção e comecei o projeto da agroindústria”, diz a agricultora.

A 21ª edição da Expoagro Afubra prossegue até sexta-feira (24), com entrada gratuita. O evento é realizado no parque de exposições da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na localidade de Rincão Del Rey (BR-471 – Km 161). Um dos organizadores do Pavilhão da Agricultura Familiar, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) espera que, até o encerramento do evento, as vendas alcancem R$ 2 bilhões em vendas, superando o R$ 1,4 milhão em vendas da edição anterior.


Correio do Povo
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