Governo do Estado prepara plano de investimentos para irrigação

Governo do Estado prepara plano de investimentos para irrigação

Apresentação do projeto deve ocorrer "em breve", afirmou o governador do Estado, Eduardo Leite, durante cerimônia oficial de abertura da 21ª Expoagro Afubra, em Rio Pardo

Patrícia Feiten

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Discursos exaltando a pujança da agricultura gaúcha e mensagens em defesa dos produtores de tabaco, além de pedidos de apoio do setor público para o enfrentamento das estiagens que assolam o Rio Grande do Sul, marcaram a solenidade de abertura da 21ª Expoagro Afubra nesta terça-feira (21), em Rio Pardo. O ato, realizado no dia em que a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) completou 68 anos, contou com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite, além de secretários estaduais, parlamentares e líderes de entidades do agronegócio.

A cerimônia foi aberta pelo presidente da Afubra, Benício Albano Werner, que enfatizou os prejuízos causados pela seca aos fumicultores e reforçou a necessidade de construção de reservatórios de água na região do Vale do Rio Pardo, onde se concentra a maior parte da produção gaúcha de tabaco. “Em nossa região, já existem projetos em andamento. Esses projetos vem ao encontro não só da questão da água. Temos de pensar que as cidades estão crescendo e precisam também”, disse Werner.

Ao abordar a preocupação dos produtores com a retomada das discussões sobre controle do tabagismo, o executivo disse que o setor de tabaco não deve ser visto como um “vilão” da saúde, mas como um gerador de benefícios sociais e econômicos. “Queremos garantir mercado para a nossa produção. Já tivemos 198 mil famílias produtoras em 2004-2005. Na safra 2022/2023, reduzimos para 125 mil nos três estados do Sul”, afirmou Werner, mencionando que, em novembro, será realizada no Panamá a 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), com possível impacto sobre o setor. “Precisamos das autoridades para defender a cultura que gera milhares de empregos, renda e impostos”, disse.

Em seu discurso, o governador Eduardo Leite destacou a importância econômica da fumicultura. Em resposta às pautas dos produtores prejudicados pelas estiagens, citou os esforços de sua gestão anterior para reorganizar as contas públicas e recuperar a capacidade de investimento do Estado. “Vamos apresentar em breve um plano de investimentos robustos, contando com a participação dos nossos bancos de desenvolvimento, para viabilizar tudo o que for necessário em termos financeiros para investimentos para irrigação”, prometeu Leite.

Segundo governador, porém, é preciso também avançar na legislação ambiental. “Não só na parte que compete ao governo do Estado – no que temos feito um grande esforço para avançar, reduzindo burocracia, melhorando o processo de licenciamento –, mas que seja também um esforço na seara nacional em alterações legislativas que permitam aos nossos produtores fazer essa reservação de água”, afirmou.

O deputado Edivilson Brum (MDB) representou a Assembleia Legislativa no evento e também defendeu as estratégias de prevenção contra estiagens. “Temos outros gargalos, mas nada é tão urgente como irrigação, seguro agrícola e segurança jurídica”, disse. Também presente na cerimônia, o deputado federal Heitor Schuch (PSB) observou que, a cada 100 produtores rurais no Rio Grande do Sul, 84 têm propriedades de menos de 50 hectares. O parlamentar pediu apoio das autoridades presentes para o debate da reforma tributária no Congresso Nacional. “O mel de abelha paga imposto, mas o avião está isento. Isso não está certo e deve ser consertado”, enfatizou.


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