Abelhas ocupam espaço temático na Expodireto

Abelhas ocupam espaço temático na Expodireto

Demonstrar a importância das abelhas na polinização das plantas é uma das propostas do espaço temático da Emater

Halder Ramos

Altíssimo recebe vistantes e explica como é o manejo das espécies nativas

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Demonstrar a importância das abelhas na polinização das plantas é uma das propostas do espaço temático da Meliponicultura e Apicultura da Emater na Expodireto. O Espaço da Família Rural, que é dividido em 17 parcelas, traz ações, alternativas e tecnologias para os agricultores. Além de dados sobre o incremento na produtividade, a parcela da Meliponicultura discute a preservação das abelhas. O espaço é uma das novidades apresentadas pela Emater.

O agrônomo da Emater, Antônio Altíssimo, destaca que o foco das demonstrações são as abelhas nativas sem ferrão. “Faz 10 meses que demonstramos os benefícios da meliponicultura em feiras. Trouxemos algumas espécies de abelhas sem ferrão para a Expodireto”, diz Altíssimo.

Conforme o engenheiro, os produtores buscam informações sobre as diferenças do manejo entre abelhas nativas e exóticas, além de dicas sobre captura de enxames e informações sobre as espécies. Altíssimo diz que o preço do quilo do mel das abelhas nativas custa seis vezes mais do que das exóticas Apis Mellifera. “O mel das abelhas sem ferrão tem maior valor agregado. É mais nutritivo e aromático. Pode custar R$ 150, dependendo da região. No entanto, a produção é menor. Cada enxame produz em média um quilo por ano. Se o produtor optar por maior escala, deve optar pelas abelhas-europeias”, compara.

O engenheiro explica que existem 24 espécies catalogadas de abelhas sem ferrão no Rio Grande do Sul e 380 no Brasil. “É uma cultura pouco difundida aqui no Sul. Em outras regiões do Brasil, que concentram mais espécies, tem mais produtores”, diz. Para a Expodireto, a Emater trouxe cinco espécies nativas: Jataí, Manduri, Mandaguari, Mandaçaia e Mirim. “São espécies que vivem em enxames de 500 até 20 mil abelhas. Já as exóticas, vivem em enxames de 100 mil”, complementa.

Segundo o agrônomo, abelhas com e sem ferrão fazem a polinização de plantas. Altíssimo observa que a polinização aumenta o número, a qualidade, o tamanho, o formato e o peso de frutas e sementes. “Na soja, melhora o teor do óleo. Em pomares de maçã, a produção depende 90% da polinização. Já no maracujá, as abelhas aumentam a produtividade em até 85%. Não fosse pelas abelhas a produção seria bem menor”, frisa.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895