Expodireto Cotrijal projeta aquecimento nos negócios em sua 18ª edição

A recuperação de alguns dos principais indicadores da economia e a expectativa de uma boa safra de verão ajudam a formar um cenário de otimismo para a 18ª edição da Expodireto Cotrijal, que ocorre de segunda a sexta-feira em Não-Me-Toque. A expectativa é de que cerca de 230 mil pessoas visitem a feira, que neste ano irá contar com um total de 511 expositores.

A conjuntura atual é diferente daquela observada há um ano quando os negócios encaminhados na feira chegaram a R$ 1,58 bilhão, 28% menos do que em 2015 - com inflação e taxa de juros em queda, o que favorece a atividade econômica do país. O setor de máquinas agrícolas, que passou por retração nos últimos três anos, voltou a crescer no segundo semestre de 2016 e vive a expectativa de passar por bons momento em 2017. O clima também anda favorável, colaborando com as principais culturas de verão, em especial a soja, que deve chegar a uma produção superior a 16 milhões de toneladas no Estado, segundo entidades do setor e consultorias.

A conjunção de fatores leva o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, a projetar um desempenho 15% superior nos negócios com relação ao ano passado. “Temos conversado com indústrias e está havendo um aquecimento, a partir de dezembro e janeiro, que deve se refletir na Expodireto”, acredita.

O cenário já não lembra aquele da véspera da edição de 2016, quando os sinais da recessão econômica ainda eram visíveis. “O parque estava bem estruturado e as empresas com produtos e inovações muito grandes, mas havia muita ansiedade, pois não se tinha certeza de como seria”, recorda Mânica. “Agora, ao contrário, nossa expectativa é de otimismo com a retomada do desenvolvimento”, acrescenta.

A presença internacional, uma das principais características da Expodireto Cotrijal, vai contar com uma novidade neste ano. Além das já tradicionais rodadas de negócio, o evento terá uma nova modalidade: as rodadas de investimento. A ideia, criada em conjunto com o Ministério da Agricultura, é possibilitar parcerias para investimentos de estrangeiros que possam beneficiar as empresas locais. “Embora ainda estejamos passando por uma crise financeira, esses momentos são propícios para essas relações”, justifica o coordenador da área internacional, Régis Mendes.

Já as rodadas de negócios, que no ano passado ocorreram nos estandes, voltam para o pavilhão internacional. “Como o parque é muito grande e temos mais de 500 expositores, acaba não se conseguindo atingir o número ideal de conversas. Assim conseguimos fazer mais reuniões”, observa Mendes. A expectativa é contar com representantes dos cinco continentes. Entre os países que já confirmaram presença neste ano estão Austrália, China, Itália, Espanha, Peru, África do Sul e Nigéria. Os segmentos de frutas, pescados e energias alternativas participam pela primeira vez das rodadas.

Tradicional palco de debates dos assuntos que mais preocupam o campo, a Expodireto deste ano colocará em pauta temas da atualidade, como o impacto das reformas trabalhista e da Previdência. Além disso, os eventos técnicos contam com uma ampla programação, que irá destacar a situação dos principais cultivos agrícolas do Rio Grande do Sul, como a soja, o milho, o trigo, o leite e a erva-mate.