Fórum Estadual do Leite aponta liderança do RS no setor

Fórum Estadual do Leite aponta liderança do RS no setor

Estado tem 51 dos 100 municípios com mais produtividade no Brasil

Cíntia Marchi

Investimento em tecnologia e clima são diferenciais do RS na produção

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Apesar de alguns problemas circundarem o setor leiteiro, como diminuição do consumo em função da crise e oscilação de preços na atividade, o Rio Grande do Sul pode comemorar por ser o Estado mais eficiente na produção. Dos 100 municípios com melhor produtividade no país, 51 são gaúchos. “A produtividade envolve gestão e uso de tecnologias e o Rio Grande do Sul está capitaneando isso”, avaliou o economista da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Glauco Carvalho, que palestrou nesta quarta-feira no 15º Fórum Estadual do Leite. Em 2016, a produção anual por vaca foi de 3,1 mil litros, em média, segundo o IBGE. Em Minas Gerais, por exemplo, a produtividade média cai para 1,8 mil litros.

Segundo Carvalho, o RS cresce acima da média nacional porque os produtores, pelo menos em parte, estão mais antenados no uso de tecnologia e gestão. De 2000 a 2017, a produção nacional de leite cresceu 65%. A região Sul, sozinha, respondeu por 35,7%. Enquanto isso, o mundo elevou sua produção em 32%. Como vantagens do Brasil perante os demais países, o economista menciona o clima, que possibilita desenvolvimento de pastagens o ano todo, grande área agricultável e o tamanho do mercado consumidor interno. No entanto, enfatiza que para o Brasil continuar evoluindo são necessários mais investimento em infraestrutura, como estradas e energia elétrica.

O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, defendeu ser fundamental que a cadeia se aproxime das tecnologias, ao apresentar cases de empresas que têm oferecido soluções inovadoras para diferentes nichos mundo afora. “O mundo 4.0 é o mundo da eficiência. Temos um custo elevado, nosso leite precisa melhorar em qualidade, mas ainda estamos tomando decisões no escuro”, ressaltou Martins, ao alertar que as tecnologias podem acelerar, inclusive, a exclusão dos produtores que não se adaptarem às transformações.

O fórum foi promovido pela Cotrijal e CCGL, com apoio do Sindilat, da Sementes Adriana e do Senar/RS.
 


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