Indústrias avícolas buscam abrir mercados internacionais para a produção gaúcha na Expodireto

Indústrias avícolas buscam abrir mercados internacionais para a produção gaúcha na Expodireto

Asgav conduz rodada de negociações na tarde desta terça-feira, no Pavilhão Internacional, em Não-Me-Toque

Patrícia Feiten

publicidade

Mesmo pressionadas pela disparada dos custos de produção, as indústrias gaúchas do setor de avicultura enviaram para o exterior 755,64 mil toneladas de carne de frango (processada e in natura) no ano passado, encerrando o período com um aumento de 7% sobre os embarques de 2021. Em receita, as vendas somaram 1,51 bilhão de dólares, um salto de 28,4%, na mesma base de comparação. Números como esses, além de dados sobre as empresas exportadoras, serão destacados em uma rodada de negócios conduzida pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) nesta terça-feira (7) no Pavilhão Internacional da 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, com a participação de potenciais importadores.

O presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, explica que o objetivo do encontro é abrir novos mercados para a carne de frango produzida no Rio Grande do Sul – neste ano, delegações de mais de 60 países estão presentes na mostra gaúcha e a grande expectativa fica por conta do retorno da China ao pavilhão. O país asiático é um dos principais destinos das exportações brasileiras de grãos e de carnes bovina, suína e de aves. “Nos próximos meses, a China deve intensificar as habilitações (de plantas industriais) para suprir sua demanda de alimentos. Então, estamos fazendo todo um trabalho para agilizar as habilitações de indústrias que têm potencial para exportar”, diz Santos, observando que a ação é realizada em parceria com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.

Gripe aviária

Segundo o dirigente, o setor está atento ao avanço da gripe aviária em países que têm fronteira com o Brasil. No domingo, o governo da Argentina confirmou mais duas ocorrências da doença nas províncias de Córdoba e Neuquén, o que eleva para 36 o número de casos até o momento – 30 em aves de quintal, quatro em animais silvestres e dois no setor comercial. Na sexta-feira, o Ministério da Agricultura do Uruguai informou que 70 animais, entre galinhas e aves de quintal, morreram em consequência da gripe aviária.

Embora a Cordilheira dos Andes e a Floresta Amazônica funcionem como barreiras naturais, Santos diz que a aproximação da doença preocupa as indústrias e, por isso, foram intensificadas medidas preventivas, como a instalação de telas nos aviários, para evitar contato entre aves silvestres e plantéis, desinfecção de caminhões que entram nas propriedades, uso de roupas especiais e restrição do acesso a trabalhadores autorizados. “A influenza aviária existe no mundo há décadas, já vínhamos acompanhando isso. No Rio Grande do Sul, houve um investimento muito forte dos produtores e integradoras para adotar medidas de biossegurança, então temos a vantagem de ter nos preparado”, destaca o empresário. Para reforçar a prevenção, também foram suspensos por 90 dias eventos de criadores de aves e torneios de canto de pássaros no Estado.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895