Kátia Abreu inaugura Expodireto com anúncio de crédito especial

A 16ª edição da Expodireto Cotrijal começou, nesta segunda-feira em Não-Me-Toque, com anúncio da ministra Kátia Abreu que deverá impactar nas decisões de compra do agricultor. Ela garantiu mais R$ 1,5 bilhão para o financiamento de máquinas agrícolas, por meio do Moderfrota, a uma taxa de juros de 4,5%, para o período da feira. Por outro lado, de acordo com Kátia, o Plano Safra 2015/2016 deverá contar com taxas de juros mais altas dos que as atuais.

“Teremos aumento de juros porque subiram os juros nacionais”, justificou a ministra, em seu discurso durante a abertura da Expodireto. “Precisamos responder ao país neste momento em que passamos por uma dificuldade.” De acordo com ela, o aumento dos juros não irá inviabilizar a atividade, já que o objetivo é fazer “ajustes” à taxa de juro nacional. O volume disponibilizado, no entanto, não deverá diminuir. Já a garantia de R$ 1,5 bilhão foi dada a ela pelo Ministério da Fazenda. “Estava havendo uma dúvida se, depois das propostas feitas, o governo não aumentaria esses juros”, apontou.

O contingenciamento de recursos para o financiamento de máquinas agrícolas era uma das principais reclamações do setor. Uma outra parcela de R$ 1,4 bilhões, com “juro diferenciado”, será anunciada em breve pelo governo federal. Neste caso, a taxa deverá ser maior e mais próxima do índice de inflação.

O presidente da Cotrijal, Nei Mânica, disse acreditar que a expectativa de uma grande safra irá impulsionar os negócios durante os cinco dias de exposição. Ele lembrou o crescimento da feira, que começou em 2000, com 141 expositores e hoje conta com 515. Conforme Mânica, a Cotrijal debateu, desde então, temas de grande importância para o produtor, como a renegociação das dívidas, o Código Florestal, transgenia e seguro rural. A feira segue até sexta-feira, no Parque da Expodireto Cotrijal, com a expectativa de atrair 230 mil visitantes - entre eles, representantes de 70 países.

Mânica salientou que esse não era o anúncio mais aguardado, mas ressaltou que a informação trazida pela ministra trouxe novo ânimo à feira. Ele acredita que o anúncio irá acelerar a busca por financiamentos nas taxas atuais. “Quem quiser comprar a 4,5% (de juros) tem que fazer negócio agora”, afirmou. “Não pode é faltar dinheiro”, acrescentou.

“Foi uma surpresa positiva”, ressaltou o presidente do Simers, Cláudio Bier, otimista com o desdobramento do anúncio nas vendas da Expodireto. “Se realmente isso acontecer, a feira vai ter um curso bom de vendas”, comentou. A ressalva fica por conta do resultado da Coopavel Show Rural, realizada em Cascavel (PR). Segundo ele, apesar do bom volume de negócios encaminhados, poucos foram efetivados pelo contingenciamento dos recursos do Moderfrota. Para Bier, se os negócios da Expodireto “empatarem” com o ano passado, já será um resultado excepcional.

O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, relatou que irá aguardar o anúncio oficial para comentar sobre os juros, já que a entidade trabalha para apresentar sugestões ao Plano Safra. Sperotto, no entanto, disse estar otimista com a disseminação de tecnologia presente na feira, que tem muito a ver com o aumento de produtividade no campo.