Modelo de irrigação por gotejamento de Israel pode ser alternativa para gaúchos

Modelo de irrigação por gotejamento de Israel pode ser alternativa para gaúchos

País utiliza sistemas aplicáveis ao Estado, em especial para tempos de estiagem

Camila Pessôa

Palestrante apresentaram soluções inteligentes para o agronegócio utilizadas em Israel

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Israel é referência no sistema de agricultura com gotejamento, modelo que irriga diretamente a planta, e não o solo, com quantidades precisas de água. A tecnologia requer alto investimento, mas se faz necessária diante da expectativa de repetição do cenário de estiagem ano após ano no Estado, como afirmou o especialista em agronegócio do Ministério da Economia e Indústria de Israel Caio Naday, palestrante no Painel Israel, apresentado nesta terça-feira (7) na 23ª Expodireto Cotrijal. “Com a agricultura de gotejamento você consegue ter um fluxo contínuo ou controlar o fluxo de água que você vai ter na plantação, nós já temos algumas empresas israelenses aqui no Brasil que fazem isso”, disse o especialista.

“Eu acho que é um investimento que deve ser feito aos poucos e vai ter que entrar em algum momento na conta do produtor porque infelizmente é inevitável a diminuição da chuva, mas ao mesmo tempo é um investimento que se paga”, descreve. Outro modelo aplicado em Israel que Naday considera que deve ser mais difundido aqui é a agricultura de precisão, sistema de gestão a partir do qual se usa dados específicos da propriedade para uma maior produtividade e sustentabilidade.

“Com softwares e drones você consegue saber quanto de água usar e quanto usar, isso é muito importante porque assim você não gasta água à toa”, explica Naday. Outra vantagem é que o modelo, ao contrário do gotejamento, não necessita de um investimento tão alto. “Não é caro, é um drone chinês, qualquer drone, pode ser pelo celular mesmo, e se consegue usar o software deles em instrumentos mais simples, então o investimento não é tão grande assim”, disse o especialista.

Dessa forma, mesmo com grandes diferenças entre os dois países, Naday considera que o Brasil e o Rio Grande do Sul têm muito a aprender com Israel. “Eu acho que são países bem opostos em muita coisa, mas acho que quem é do agro lá é muito apaixonado pelo agro, eles têm um respeito muito grande pela terra deles e eu acho que isso é uma coisa que o brasileiro também tem, um respeito muito grande pela terra, então acho que essa cultura de gostar do agro é muito parecida”, comentou. 


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