Expointer reflete grandiosidade do agro, diz Farsul

Se, nas décadas de 80 e 90, a Expointer não refletia com fidelidade a dimensão dos progressos feitos no campo, os números da 45ª edição da mostra agropecuária gaúcha compõem um retrato insuspeito dos avanços tecnológicos e da grandiosidade da agricultura brasileira. A opinião é do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, que, em coletiva de imprensa no último dia do evento, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, destacou o protagonismo do agronegócio não apenas na economia nacional, mas no atual cenário mundial de oferta de alimentos.

Nos últimos três anos, desde a eclosão da pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresceu 37%, disse Gedeão. “O Brasil é um grande ‘player’ para a humanidade na solução de uma possível fome que possa surgir, e a Expointer está refletindo isso. (Comprova que) o produtor rural continua apostando no futuro de mercado”, comentou o dirigente, citando as oportunidades abertas para o país diante de questões globais, como as transformações decorrentes da pandemia de Covid-19 e o temor de escassez de alimentos gerado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, grandes produtores de grãos.

Encerrada no domingo (4) após nove dias, a 45ª Expointer alcançou um recorde de R$ 7,145 bilhões em vendas e recebeu 772,9 mil visitantes. Para Pereira, a presença do público urbano foi o “ponto alto” da mostra. “A Expointer desenvolve esse papel, que nos parece fundamental, que é a congregação do nosso consumidor urbano com o rural”, disse. O presidente da Farsul citou ainda a decisão da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), que, pela primeira vez, instalou um estande próprio no evento, em uma iniciativa que deve ser replicada em outras feiras de grande porte do setor no país. O parque de Esteio, observou Pereira, sediou também uma reunião da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm), que debateu a importância dos países do bloco no novo quadro global de abastecimento.

Durante a coletiva, o coordenador da Comissão de Exposições, Feiras e Remates da Farsul, Francisco Schardong, destacou a comercialização de animais na Expointer. De acordo com o governo do Estado, os remates geraram uma receita de cerca de R$ 12 milhões, com a venda de 1.309 exemplares, um aumento de 42% na comparação com a edição de 2019, a última realizada antes da pandemia. “Mais uma vez, a representação dos animais foi o grande show da feira, que abre um calendário de outras 22 exposições em todo o Estado”, afirmou Schardong.

Entre os bons resultados da Expointer, a diretoria da Farsul citou ainda a Vitrine da Carne Gaúcha, ação realizada em parceria com associações de criadores e o programa Juntos para Competir. O objetivo era divulgar a qualidade do produto entre os consumidores finais. Segundo o diretor Fábio Avancini Rodrigues, mais de 1,3 mil pessoas participaram das 24 oficinas promovidas no período da feira e, com a boa resposta obtida, a ideia é que as próximas edições do programa passem a incluir as carnes de aves e suínos.