Exportação de frango recua 15% no RS

Exportação de frango recua 15% no RS

Indústria avícola gaúcha lidera a retração nos embarques brasileiros de janeiro, que reduziram 3,8% em comparação ao mesmo período de 2023

Lucas Keske

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As exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul fecharam o primeiro mês de 2024 com uma queda de 15,3% na comparação com o mesmo período de 2023. Segundo balanço da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 54,3 mil toneladas de carne de frango e derivados foram embarcadas do Estado em janeiro no período. O movimento de retração também foi verificado em outros estados exportadores, como Santa Catarina, com 90,7 mil toneladas (-4,8%), São Paulo, com 23,5 mil toneladas (-3,1%) e Goiás, com 19,3 mil toneladas (-2,9%).

Apesar de o resultado ter sido positivo aos embarques paranaenses, que comercializaram 165,9 mil toneladas (+3,8%), o saldo total das vendas ao exterior foi 3,8% menor que as 420,9 mil toneladas registradas no primeiro mês do ano anterior. Com 404,9 mil toneladas comercializadas, a receita foi de 683,6 milhões de dólares, saldo 20,2% menor que o registrado no mesmo intervalo de 2022.

“O fluxo mensal de exportações segue acima das 400 mil toneladas, dentro do esperado para o primeiro mês do ano. Apesar do quadro complexo em torno do Mar Vermelho, as nações do Oriente Médio seguem em destaque, com altas significativas nas importações”, diz o diretor de Mercados da ABPA, Luís Rua.

No entanto, de acordo com o Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, tanto a guerra no Leste Europeu e como os conflitos no Oriente Médio afetaram os negócios gaúchos em janeiro. O executivo cita também o excesso de chuva verificado em grandes regiões produtoras de aves no último trimestre de 2023.

“Nós tivemos um agravante a mais do que os outros estados: esse entrave, no meses de setembro e outubro, trouxe adversidades ao Vale Taquari. Muitas indústrias da região seguraram ou redirecionaram suas exportações para outras filiais. Então isso é realmente o que pesa”, justifica Santos.

De acordo com a ABPA, a redução nas compras dos produtos avícolas brasileiros foi liderada pela China, com 38,4 mil toneladas (-36,2%). Em contrapartida, outros países encerraram o período em alta. Dentre eles, está o Japão, com 40,1 mil toneladas importadas em janeiro (+6,4% em relação a janeiro de 2023), os Emirados Árabes Unidos, com 38,7 mil toneladas (+7,5%), a Arábia Saudita, com 34,9 mil toneladas (+7,9%) e a África do Sul, com 31,9 mil toneladas (+8%).

Santos lembra ainda que a redução nos embarques é comum no início do ano, quando os importadores ainda trabalham com os estoques. E adianta que a China deve habilitar mais frigoríficos gaúchos para exportação. “Algumas plantas já estão na fila dessa habilitação”, diz.


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