Exportação do agronegócio gaúcho cresce 30,5% no ano

Exportação do agronegócio gaúcho cresce 30,5% no ano

Comparação do segundo trimestre desde ano com o mesmo período do ano passado tem resultado melhor ainda e chega a 42%

Nereida Vergara

resina é produto florestal nao madeireiro

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O valor das exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul cresceu 42% no segundo trimestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a 4,6 bilhões de dólares. O resultado foi apontado pelo levantamento “Indicadores do Agronegócio no RS”, divulgado ontem pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. De acordo com o economista do DEE, Sérgio Leusin Júnior, é o segundo melhor desempenho trimestral das exportações do setor desde que se iniciou a série histórica, em 1997, perdendo apenas para o terceiro trimestre de 2013. 

As exportações foram puxadas pelos complexos soja (2,8 bilhões de dólares, 56,2% a mais que no mesmo período em 2020), carnes (614,3 milhões de dólares, 24,8% a mais) e produtos florestais (342,9 milhões de dólares, 55,4% a mais). Segundo o economista, os números são expressivos se comparados a 2020, ano de pandemia e de uma estiagem que fez a produção de soja cair pela metade, mas também superam os resultados do segundo trimestre de 2019, quando o valor exportado somou 2,8 bilhões de dólares, sendo a soja responsável por 1,3 bilhão de dólares do total. 

No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, a alta nas exportações foi de 30,5% em relação a 2020 e o valor atingiu 6,6 bilhões de dólares, se tornando o maior da série histórica. As perspectivas para o segundo semestre, diz Leusin, são de vendas em ritmo semelhante. “Os baixos estoques de soja dos Estados Unidos e a demanda chinesa pelo grão devem garantir o mesmo comportamento até o final do ano”, complementa. 

EMPREGO. O trabalho do DEE também apura o comportamento do emprego formal no campo. O economista Rodrigo Daniel Feix destaca que no segundo trimestre se registrou o fechamento de 6.330 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Estado. O desempenho é considerado natural neste período do ano porque são desmobilizadas as equipes de trabalhadores temporários em colheitas como as da soja, arroz e maçã. Feix ressalta ainda que o saldo de dispensas é menor que o de 2020, quando atingiu 10.332 postos. “Essa diminuição se deveu à recuperação do setor de máquinas e implementos agrícolas, que voltou a contratar”, analisou. 

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, confirma que as contratações foram retomadas em 2021, repondo postos que haviam sido fechados em 2019, antes da pandemia. “Ainda temos vagas especializadas, mas estamos com dificuldade de encontrar mão de obra”, ressalta.


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