Exportações de carne suína caem em relação a setembro do ano passado

Exportações de carne suína caem em relação a setembro do ano passado

Resultados frustram expectativas do setor

Camila Pessôa

Exportações para a China devem alcançar estabilidade

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As exportações brasileiras de carne suína em setembro caíram 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado e 3,65% ante o resultado de agosto. Os índices, divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), colocam fim à expectativa do presidente da Associação de Criadores de Suínos no Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, quando à possibilidade de aumento nos preços da proteína ao suinocultor. “Nas duas últimas semanas, vimos uma pressão de baixa no preço, que reflete o crescimento de 5,5% nos abates entre janeiro e agosto no Estado”, explica Folador, considerando a ampliação da produção e da oferta interna. “Esperávamos, ao menos, que os números de setembro mantivessem os de agosto, dada projeção de ampliação nas exportações no último trimestre do ano”, diz.

Apesar da queda, o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, destaca que os resultados são positivos. “É importante lembrar que setembro do ano passado tinha sido o melhor mês da história, o resultado foi ultrapassado apenas em agosto deste ano”, afirma. Além disso, a retração vista no volume embarcado em setembro não ocorre na mesma proporção que a queda na rentabilidade, de 4,5%, com 244,3 milhões de dólares em setembro deste ano e 255,8 milhões de dólares no mesmo mês de 2021. Em volume, o Brasil exportou 102,7 mil toneladas de carne suína em setembro, ante 112,2 mil toneladas no mesmo período de 2021 e 116,3 mil toneladas de agosto.

A diminuição de 12% nas compras chinesas foram determinantes para o resultado. Contudo, Rua acredita que o país asiático não deva mais diminuir o ritmo das importações da proteína brasileira. “A China está ainda em lockdown e, mesmo assim, vai importar 3 milhões de toneladas este ano. O país asiático terá eleições em outubro e espera-se que, em novembro, haja relaxamento das medidas restritivas”, adianta.


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