Farsul estima queda de 3,6% no PIB do RS em 2022

Farsul estima queda de 3,6% no PIB do RS em 2022

Percentual reflete quebra na última safra, quando o Rio Grande do Sul perdeu 32% da produção de grãos em razão da escassez hídrica

Nereida Vergara

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O Rio Grande do Sul deverá consolidar um recuo de 3,64% em seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, conforme projeção divulgada ontem pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), durante balanço anual da entidade. O resultado reflete principalmente a quebra de 32% na safra 2021/2022 de grãos, determinada pela estiagem do último verão. Para o próximo ano, considerando aumento na área plantada no inverno - como no cultivo de trigo, por exemplo, que cresceu 18% em 2022 -, a equipe econômica da federação projeta um crescimento de 5,86% no PIB gaúcho em 2023. O bom desempenho de 2023, entretanto, está condicionado ao clima. 

Mesmo que o setor seja o braço mais importante para o desenvolvimento econômico, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, disse que as lideranças do agro não enxergam espaço para negociação com a atual equipe de transição do governo federal. Porém, destacou que a federação não tem partido e que o que quer, assim como o agro como um todo, é que "o Brasil cresça". O dirigente disse ter grandes reservas em relação ao tratamento que será dado à posse da terra e às regras ambientais agropecuárias. Ressaltou, ainda, o esforço brasileiro para desfazer a imagem de que o agro desmata e queima. "Será que a partir de 1º de janeiro nunca mais vamos ver queimadas na Amazônia?", questionou.

Os temores do segmento também foram pontuados pelo economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, e baseiam-se no aumento dos gastos públicos como forma de impulsionar o desenvolvimento. “Esse conjunto de ideias já foi testado no governo Dilma Roussef, e seria como o kit Covid: não funciona”, pontuou Da Luz.


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