Feiras de verão abrem pistas para compra e venda de ovinos

Feiras de verão abrem pistas para compra e venda de ovinos

Eventos que acontecem desde o início de janeiro são oportunidade para criador adquirir reprodutores e aproveitar o momento de recuperação da carne

Nereida Vergara

Feiras de verão da ovinocultura vão até fevereiro

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O mês de janeiro é marcado para a ovinocultura por feiras de verão que definem as apostas do produtor para cada ano. O cenário, conforme o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Edemundo Gressler, pode mudar de uma temporada para outra, cada uma com seus desafios, mas que não desanimam o produtor vocacionado para a atividade e empenhado na construção do setor. "Temos desde a primeira semana deste mês até o dia 24 de fevereiro a realização de seis eventos. A expectativa é a melhor que poderíamos ter, uma vez que as cabanhas participantes vão expor o melhor de sua genética e oferecerão grande número de ovinos rústicos para trabalhar de imediato", diz.

As feiras a que o dirigente se refere são a 44ª Exposição de Ovinos Verão de Dom Pedrito, que ocorreu entre 4 e 6 de janeiro junto com a Exposição Nacional da Raça Corriedale. A Agrovinos, em Bagé, que se encerra neste domingo e que promoveu o primeiro fórum de turismo rural e gastronômico voltado à ovinocultura. Na sequência, Sant’Ana do Livramento terá a 46ª Feira de Ovinos, de 18 a 21 de janeiro. Mais ao final do mês, entre os dias 25 e 28, ocorre a 40ª Feovelha de Pinheiro Machado. Depois Herval, de 31 de janeiro a 4 de fevereiro, e, por fim, a de Jaguarão, entre 22 e 24 de fevereiro. "Pelo menos 15 raças ovinas vão circular nestas exposições, com expectativa muito boa de negócios para o produtor de genética como para o produtor comercial, em especial de carne ovina", observa.

O presidente da Arco reconhece o momento tímido para os produtores de lã. O produto chegou a ter melhor valorização ao longo do ano passado, mas voltou a cair no final. "Não é motivo para que o criador se sinta desacreditado, mas sim o momento de consolidar a genética de seu rebanho", aconselha. Gressler ressalta que é preciso louvar o empenho de sindicatos rurais e de instituições que organizam as feiras. "Faço esse reconhecimento não só como dirigente, mas também como criador e produtor de genética", completa.

O presidente da Associação Bageense dos Criadores de Ovinos (Abaco), Gustavo Caringi de Oliveira Velloso, que na última semana comandou a Agrovinos, por onde passaram mais de 3 mil animais de diversas raças, concorda com o presidente da Arco que o melhor momento para o produtor investir em genética é agora. “Os animais ainda estão com preços baixos, mas assim como se espera a melhora nos preços do boi gordo para 2024, o preço da carne ovina deve acompanhar. Já chegamos ao fundo do poço e agora começa a reação”, analisa. Para Velloso, são menos positivas as perspectivas para as raças de lã grossa. “Para estas, a solução seria a reorganização da cadeia. Lãs finas, de cerca de 20 micas (medida de espessura) ou mais, sempre têm mercado”, conclui.


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