Fetag celebra 60 anos de história no Rio Grande do Sul

Fetag celebra 60 anos de história no Rio Grande do Sul

Homenagens à produção familiar e unidade da agricultura gaúcha marcam as comemorações em Rio Pardo

Itamar Pelizzaro

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A comemoração dos 60 anos da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), realizada ontem, no Parque de Exposições da Expoagro Afubra, em Rio Pardo, evidenciou a unidade do setor primário gaúcho empresarial e familiar. Cerca de 2 mil pessoas simbolizaram os 318 sindicatos filiados à entidade e acompanharam de perto manifestações de reconhecimento à força e à importância do segmento familiar à economia do Estado.

Por iniciativa do deputado estadual Elton Weber, uma das homenagens foi a inédita entrega da Medalha do Mérito Farroupilha, maior honraria da Assembleia Legislativa do Estado (ALRS), à Fetag-RS. A festa também contou com as presenças do vice-governador, Gabriel Souza, do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALRS), Vilmar Zanchin, de quatro secretários de Estado e do presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Gedeão Pereira, entre outras autoridades estaduais e federais.

O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, voltou a cobrar apoio do governo federal aos produtores de leite, que enfrentam crise decorrente da importação de leite do Mercosul. “Apesar de alguns avanços conquistados, os governos têm demonstrado lentidão incompatível com a urgência das necessidades das pessoas que representamos”, lembrou o dirigente, em leitura de carta aberta. O documento pede políticas públicas para a nova geração de agricultores familiares.

Ex-presidente da Fetag-RS, o deputado federal Heitor Schuch defendeu a importância dos sindicatos de trabalhadores rurais nas conquistas do segmento. O parlamentar também anunciou que destinará emenda parlamentar no valor de R$ 3 milhões para construir uma nova sede para a Fetag-RS no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, em terreno cedido pelo governo do Estado.

O vice-governador do Estado, Gabriel Souza, pediu um minuto de silêncio para homenagear as 51 vítimas do ciclone que varreu a região do Vale do Rio Pardo no mês passado. Depois, disse que o momento é de reflexão e atitudes em razão das mudanças climáticas, evidenciada pelas três estiagens seguidas e pelos ciclones. “Precisamos mudar a legislação federal no que tange ao armazenamento de água em Áreas de Preservação Permanente (APPs)”, defendeu Souza.

Logo na abertura dos pronunciamentos, o presidente da Farsul disse que o Brasil tem sido olhado pelo mundo pela sua capacidade de produzir alimentos. “Muitos podem estranhar a Farsul vir para uma festa da agricultura familiar, mas, para a Farsul, produtor rural não tem tamanho”, afirmou. Ele citou o projeto Agro.BR, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que busca ampliar a pauta exportadora brasileira, incluindo produtores familiares. “O que nos interessa é produzir, sermos eficientes, independente de nosso tamanho. Se alguns colocam o alimento na mesa, outros colocam alimento no porto de Rio Grande, e o conjunto dessa obra tem nos tornado fortes.”


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