Fetag cobra soluções para aumentar oferta de milho

Fetag cobra soluções para aumentar oferta de milho

Entidade reclama de burocracia e alerta que escassez do grão fez com que melhoria no preço pago ao produtor de leite fosse diluída

Nereida Vergara

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Na apresentação de seu relatório de final ano, ontem, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) fez críticas à atuação do governo federal no que diz respeito à formação, armazenamento e logística de estoques de produtos agrícolas. Invocando dados da crise de abastecimento de milho no Estado, que atinge a avicultura e suinocultura, mas também o setor leiteiro, a entidade destacou a dificuldade que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vem enfrentando para que o grão chegue nos municípios gaúchos. Parte desta morosidade, segundo o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, se deve à burocracia nos processos de credenciamento das cooperativas para recebimento do produto.

O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, salientou que só agora foi liberado o envio de documentos digitalizados para credenciar os produtores à compra de milho. “Faz 60 dias que o produtor espera a chegada de milho na região de Santa Rosa, por exemplo, e não chega”, aponta Zanetti. A situação do produtor de leite, que depende do milho para alimentação de seu rebanho, é considerada crítica. Nos últimos seis meses, o setor teve uma melhora acumulada de 35,8% no preço pago pelo litro, mas que se diluiu diante do aumento no custo das rações, de 35,6%. Zanetti e Joel lembraram que muitos produtores já abandonaram a atividade e que o número pode aumentar. 

O presidente da Fetag criticou as quedas constantes nos recursos do orçamento federal direcionados à agricultura familiar. Na última semana, a Fetag cobrou a continuidade do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). Segundo Zanetti, falta o manual de operações do programa, mas já é possível cadastrar no site do governo projetos habilitados para compra de terrenos rurais. Desde o início do programa, a Fetag conseguiu concretizar apenas 70 contratos de compra. 


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