Fiscais testam aplicativo que simula casos e ajuda a planejar controle de focos de aftosa no RS

Fiscais testam aplicativo que simula casos e ajuda a planejar controle de focos de aftosa no RS

Ferramenta é desenvolvida por universidade norte-americana que mantém convênio com Seapi e Fundesa

Correio do Povo

Rio Grande do Sul é zona livre de febre aftosa sem vacinação desde maio de 2021

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Fiscais estaduais agropecuários que atuam na área de defesa sanitária animal testaram a nova versão com aplicativo do programa MHASpread, desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte (NCSU). A ferramenta permite simular a dispersão de casos de febre aftosa e ajuda na compreensão do fluxo do vírus e com o planejamento de ações rápidas de controle. Esta semana, 22 fiscais da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) conheceram a nova interface da ferramenta e participaram de treinamento com estudos de casos, com parâmetros reais, para testar a capacidade de resposta na contenção dos focos simulados.

O treinamento foi ministrado pelo professor Gustavo Machado, da NCSU. “Os técnicos da secretaria realizaram procedimentos e estratégias como se fosse um caso real, agindo dentro do que orienta a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)”, explicou. A atuação da universidade norte-americana no projeto é fruto de convênio iniciado em 2019 com a Seapi e o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) entrou no processo recentemente, para incluir o aplicativo na Plataforma de Defesa Sanitária Animal do RS (PDSA-RS).

O modelo de simulação tem sido treinado desde a assinatura do convênio, e o treinamento desta semana serviu para apontar melhorias. "Uma necessidade que já identificamos é de haver um módulo de cálculo dos custos envolvidos em uma ação de controle de foco”, disse o diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes. Os custos devem incluir gastos administrativos do Estado, de produtores e de indenizações pelo Fundesa.

O MHASpread utiliza métodos de transmissão multiespécies, envolvendo bovinos, suínos e pequenos ruminantes, para prever a transmissão da febre aftosa, tanto por contato direto entre os animais quanto por disseminação pelo ar, em espalhamento espacial. O modelo foi montado com dados reais de movimentação do rebanho e do cadastro das propriedades no Estado, já georreferenciadas. O Rio Grande do Sul é zona livre de febre aftosa sem vacinação desde maio de 2021, quando a certificação foi aprovada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).


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