Frigoríficos suspendem abate de animais no RS

Frigoríficos suspendem abate de animais no RS

Sem receber suínos e aves, e com câmaras frias abarrotadas, empresas tiveram de paralisar atividades

Correio do Povo

Falta de ração nas granjas ameaça a sobrevivência de 1 bilhão de aves

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Somente nessa sexta, 30 mil suínos e 3 milhões de frangos deixaram de ser abatidos no Rio Grande do Sul. O cálculo é do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), que confirmou que todos os abatedouros gaúchos com inspeção federal -18 de suínos e 17 de aves -, suspenderam as atividades. O Fundesa estima, ainda, que o prejuízo financeiro desde o início da paralisação dos caminhoneiros é de cerca de R$ 20 milhões para a avicultura e R$ 14 milhões para a suinocultura.

O presidente do fundo, Rogério Kerber, explica que a paralisação deve-se ao esgotamento da capacidade de estoque das câmaras frias. Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou que 152 frigoríficos de aves e suínos estão parados no país. A entidade também alertou que a possível falta de ração nas granjas ameaça a sobrevivência de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos nos próximos dias. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, observa que, sem alimento, já há casos de canibalismo entre as aves. “Estamos vivendo o caos. Os animais estão atacando uns aos outros e a mortalidade vai aumentar rapidamente”, prevê Freiberger.

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) também confirmou a parada total da captação de leite. Conforme a entidade, mesmo com uma liminar federal e liminares estaduais em Cruz Alta, Ijuí e Casca, a o sindicato não conseguiu fazer com que os caminhões chegassem às propriedades rurais.

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