Fumicultores acertam o primeiro reajuste nos preços da temporada

Fumicultores acertam o primeiro reajuste nos preços da temporada

Negociação com a JTI resulta em acréscimo de 8% no fumo tipo Virgínia e de 6,56% no Burley. Nova rodada de reuniões está prevista para o dia 25 de janeiro

Correio do Povo

Reunião com a JTI foi a única a obter êxito entre todas as realizadas

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As entidades que representam os fumicultores do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul fecharam o primeiro acordo para a comercialização da safra 2023/2024 de tabaco. O acerto ocorreu com a empresa JTI, a única entre sete fumageiras. O reajuste foi acertado em 8% na tabela de preço do fumo Virgínia, cuja variação do custo de produção, na safra, foi de 5,06%, conforme a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Com isso, o quilo do produto passa a valer R$ 22,46, o que representa um ganho real ao produtor de 2,94%.

Para o tabaco Burley, o reajuste ficou em 6,56%, já que o produto acumulou variação negativa de 1,77% no custo de produção no período. Desta forma, o quilo do produto foi valorizado em R$ 20,01. Com a proposta, o produtor recebe um ganho real de 8,33%. A variação, entretanto, não será linear devido à remuneração diferenciada aplicada em quatro classes de tabaco de alta qualidade. “Os produtores do Burley podem comemorar um retorno positivo das reuniões, pois foram contemplados com uma boa lucratividade, o que nos deixa, como entidades, muito satisfeitos”, pontuou a associação, em nota.

“A assinatura do protocolo com a JTI mostra que a empresa vem valorizando o seu produtor integrado. São três safras seguidas que as partes chegam num acordo que estabelece um preço mínimo, em tabela, e isso é muito importante”, ressaltaram, em comunicado, os representantes da comissão de negociação: Afubra e as federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos três estados da região Sul do Brasil.

As reuniões subsequentes com as fumageiras Universal Leaf, Alliance One, China Brasil Tabacos, CTA, UTC e BAT não tiveram êxito. Uma nova rodada de negociações foi marcada para o próximo dia 25 de janeiro. O ponto de discordância entre produtores e indústrias está na equipararação entre o preço recebido e a rentabilidade no campo. “No Virgínia, não podemos e não vamos aceitar que as empresas apresentem propostas de reajuste de preço que não atinjam nem a variação do custo de produção”, adiantou a Afubra.


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