Gasto médio com fertilizantes praticamente duplicou em um ano

Gasto médio com fertilizantes praticamente duplicou em um ano

Estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, aponta que o desembolso nas lavouras de soja, de março de 2021 a março deste ano, saltou 103,4%.

Maria Amélia Vargas

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Em um ano, o gasto médio com fertilizantes praticamente duplicou, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. De acordo com o levantamento, o desembolso, nas lavouras de soja, de março de 2021 a março deste ano, saltou 103,4%. Embora o dólar tenha se desvalorizado frente ao Real em março deste ano, a queda na taxa de câmbio não foi suficiente para driblar as sanções econômicas sobre a Rússia, impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e por outros países.

“Temos as nossas minas (de nitrogêneo), mas, por questões jurídicas e ambientais, não são exploradas. Então, continuamos sendo país de montagem de produção, no qual pegamos um produto, montamos em nosso campo e exportamos commodities para o mundo”, explica o pesquisador da área de Custos Agrícolas do Cepea, Mauro Osaki. O mesmo vale para o gás natural que, segundo o especialista, tem um custo de extração muito alto, tornando-o menos competitivo diante dos concorrentes.

O campeão na escalada de preços foi o cloreto de potássio, com alta de 153,6% no acumulado de 12 meses. A matéria-prima foi seguida pela ureia, que subiu 97,3% no mesmo período e pelo fosfato monoamônico (MAP), cujo valor saltou 63,6%. Para o diretor da corretora GrãoFortte de Ibirubá, Valdir Fontana Marques, este aumento reflete também o crescimento de áreas cultivadas no país. “Isso cria maior demanda do produto que, somada a menor oferta menor gerada pela guerra, reflete-se no custo”, analisa


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