Governo e BNDES alinham nova linha de crédito ao setor agropecuário
Financiamento socorrerá produtores, cooperativas, revendas e indústrias do agro prejudicadas pelas extremidades climáticas
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O governo federal trabalha para disponibilizar uma linha de crédito para os produtores afetados pelas extremidades climáticas na safra 2023/2024. A garantia foi dada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, ontem, durante a 8ª Expoagro Cotricampo, que se realiza até sábado, dia 24, em Campo Novo. De acordo com ele, os recursos balizados em dólar devem chegar “com taxas de juros de 8% ao ano, dois anos de carência e três ou quatro para pagamento”.
O tema está em discussão entre o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. “O ministro Fávaro está trabalhando com o Mercadante para que a gente possa trazer (a linha) para cooperativas, ao produtor, e, eventualmente, para revendas ou indústrias”, complementou.
Geller participou do Fórum Soja Brasil, onde também acenou com a possibilidade de o governo reduzir as taxas de juros no Plano Safra 2024/25. “A Selic está nos favorecendo um pouco. Isso nos dá a expectativa que, no próximo Plano Safra, a gente possa trabalhar a queda da taxa para custeio e também para investimento”, declarou. O avanço, entretanto, está condicionado à ampliação do orçamento junto ao Congresso Nacional.
O tema foi novamente abordado em reunião entre os dirigentes da Cotricampo e Geller após o fórum.
“Claro que precisamos respeitar os orçamentos, mas temos que respeitar o agricultor”, pontuou o presidente da Cotricampo, Gelson Bridi.
Os produtores reforçaram suas demandas, especialmente as vivenciadas pela região Celeiro, que abrange os municípios da porção Noroeste do Estado. “Os desafios são muito grandes, por mais que tenhamos uma boa safra vindo por aí”, afirmou Bridi, após o encontro.
O dirigente salienta que o governo não deve trazer anúncios no curto prazo e direciona as soluções para o Plano Safra, a ser anunciado em junho. Entretanto, diz-se surpreso pelo fato de o secretário pedir a ajuda do setor cooperativista gaúcho, junto aos deputados federais eleitos pelo Estado, para avançar na questão orçamentária.