Governo estadual estabalece metas para redução de emissões de gases do efeito estufa na agropecuária

Governo estadual estabalece metas para redução de emissões de gases do efeito estufa na agropecuária

Medidas foram apresentadas durante o 4º Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC)

Felipe Faleiro

publicidade

O governo do Estado estabeleceu oito metas, até o ano de 2030, para redução de emissões de gases de efeito estufa na atividade agropecuária. A revisão do Plano da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+ RS) prevê especialmente à ampliação de áreas com produção sustentável, a exemplo do sistema de plantio direto, irrigação e uso de bioinsumos. Elas foram apresentadas durante o 4º Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC), ocorrido hoje, no auditório do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), em Porto Alegre. 

Estiveram presentes o governador Eduardo Leite, além de secretários estaduais, representantes do Ministério da Agricultura, Defesa Civil, entre outros. Conforme o secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, a expansão de 4,6 milhões de hectares em áreas sustentáveis no RS tem potencial de reduzir as emissões de dióxido de carbono equivalente em cerca de 75 milhões de toneladas.

“Diminuindo o impacto das mudanças no clima, a incidência e sua repetição, todos ganhamos, assim como o meio ambiente. Ao mesmo tempo, cumprindo estas ações, certamente haverá um ganho no Tesouro do Estado e na balança comercial. Não tenho dúvida de que vamos cumprir estas metas e ainda superá-las, despertando na população uma consciência maior sobre todo o sistema produtivo”, comentou o secretário.

Já a titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, salientou a importância das pastas como Agricultura e Desenvolvimento Rural trabalharem juntas. “O mundo quer a prática em si, não apenas a assinatura de acordos e pactos. O Rio Grande do Sul foi reconhecido por estas ações práticas, como um plano para mudanças climáticas, embora não tenhamos ele formatado em um único documento, mas há ações que são transversais à secretaria. Este é um reconhecimento de que estamos avançando também na agricultura”, disse a secretária.

Leite, em seu discurso, disse que o fórum teve como objetivo um alinhamento de ideias, e citou que, no mundo, se fala muito mais em transição na cadeia energética para redução de impactos no clima. “O fórum oferece uma contribuição importante, não apenas de trazer o foco para a importância do tema, mas sim de ajudar a definir o plano de trabalho, responsabilidade prazos e o planejamento estratégico que é fundamental. A sociedade presta atenção nesta pauta e precisamos promover ações de forma coordenada e articulada”, afirmou.

O evento também foi palco para assinatura de protocolo de intenções entre o Estado e as federações (Farsul, Fetag, Fecomércio-RS e Famurs) para a promoção do Plano de Descarbonização das Cadeias Produtivas do Rio Grande do Sul. “Tudo isso levará à criação do plano de mitigação que vai zerar o balanço das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) nas diversas cadeias produtivas do Estado”, projetou Marjorie.

Além de atuar no ABC+, a Sema fará um inventário de emissões de GEEs no Rio Grande do Sul, assim como uma análise de riscos e de vulnerabilidade climática. As ações da pasta incluem projetos de mensuração de GEEs em aterros, pagamento por serviços ambientais e recompensas a boas práticas ambientais.

As metas do ABC+RS devem ser oficializadas no Diário Oficial do Estado de hoje. “A publicação é um marco e sinaliza para os mercados o compromisso do Estado com a produção agropecuária sustentável”, disse o coordenador do Comitê Gestor do ABC+RS, Jackson Brilhante. 

Foto: Maria Eduarda Fortes / CP.

Metas apresentadas até 2030 pelo governo do Estado

- Ampliar em 600 mil hectares a área com adoção de Sistema de Plantio Direto;
- Ampliar em 1 milhão de hectares a área com adoção de Bioinsumos;
- Ampliar em 1,43 milhões de hectares as áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD);
- Ampliar em 200 mil os bovinos em Terminação Intensiva.
- Ampliar em 1 milhão de hectares a área com adoção de Sistemas de Integração;
- Ampliar em 322 mil de hectares a área com adoção de Florestas Plantadas;
- Ampliar em 216 mil hectares a área com adoção de Sistemas Irrigados;
- Ampliar em 11,8 milhões de metros cúbicos a adoção de Manejo de Resíduos da Produção Animal.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895