Gripe aviária põe Litoral em alerta no feriado de Finados

Gripe aviária põe Litoral em alerta no feriado de Finados

Desafio é manter população e animais domésticos longe de leões e lobos-marinhos infectados, que encalham doentes ou mortos na costa

Thaise Teixeira

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A proximidade do feriado de Finados, dia 2, e o aumento da população nas cidades litorâneas até domingo (dia 5) preocupa as autoridades sanitárias do Rio Grande do Sul. Com mais de 600 carcaças de leões e lobos-marinhos enterradas na costa devido à gripe aviária, o desafio é manter o vírus H5N1 sob controle para que não infecte humanos e outras categorias animais. 

A principal orientação é evitar a aproximação dos mamíferos aquáticos que, desde 30 de setembro, chegam feridos, doentes ou mortos à orla gaúcha, bem como de aves silvestres. Não levar animais domésticos para as praias também é importante, pois eles podem ser tornar potentes vetores de transmissão da doença aos humanos. “Não tem como interditar as praias, são áreas federais e têm extensões enormes. Por isso, pedimos que a população não se exponha”, salienta o diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs/RS), Marcelo Vallandro. 

A grande maioria dos leões e lobos-marinhos com gripe aviária encalham no Litoral Sul. Conforme a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Santa Vitória do Palmar lidera o ranking dos óbitos. Na sequência estão Mostardas, Tavares, São José do Norte, Rio Grande e Palmares do Sul, além de Pelotas. No Litoral Norte, a enfermidade já vitimou mamíferos aquáticos encontrados em Torres, Tramandaí, Arroio do Sal, Cidreira, Imbé, Pinhal e em Terra de Areia.

A Seapi ressalta que a contaminação viral pode ocorrer via fluidos corporais, matéria fecal, ingestão de carcaças, água contaminada e materiais infectados, dentre outros. Por isso, na Nota Técnica n° 10, disponível no site site agricultura.rs.gov.br, a pasta recomenda à população evitar visitas a locais de concentração de mamíferos marinhos ou de aves migratórias. As suspeitas devem ser imediatamente notificadas ao whatsApp da Seapi - (51) 98445-2033 -, ou da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) - (51) 98593-1288. Em caso de contato com animais infectados, a orientação é intensificar as medidas de desinfecção e atentar para o aparecimento de sintomas respiratórios durante 10 dias. A Seapi lembra que não há risco no consumo de carne de aves e ovos cozidos ou industrializados e que não há registro da doença em granjas avícolas nem em criações de aves subsistência no Estado.

O monitoramento, o manejo e o enterrio das carcaças de mamíferos marinhos doentes está sob responsabilidade das prefeituras do Litoral. “Essa segurança para não incidência em humanos e criações comerciais é vital e multisetorial. Tem sido dado a responsabilidade dos municípios realizarem o enterro desses animais. Os quais sozinhos ou em parceria com órgãos do estado têm feito com mestria”, destaca o presidente da Famurs, Luciano Orsi.


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