IICP mostra queda pelo segundo mês

Calculado pela assessoria econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) recuou 2,03% em julho em relação ao mês anterior. Foi o segundo mês consecutivo de deflação, um resultado influenciado principalmente pela queda dos preços dos fertilizantes, que haviam disparado após a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia. O país euroasiático é o principal fornecedor do insumo utilizado no Brasil.

“O mercado acabou precificando a expectativa de que este conflito poderia ter um estrago grande na oferta de fertilizantes. Mas o Brasil continuou conseguindo importar. Inclusive, no acumulado do ano até maio, importamos mais do que no ano passado”, explica a economista Danielle Guimarães. Nos últimos 12 meses, o IICP aumentou 31,63%, sendo que a alta ocorreu sobre uma base já inflacionada de 2021, de acordo com a Farsul. De janeiro a julho deste ano, o índice avançou 6,87%.

O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) também teve variação negativa em julho, de 1,17% na comparação com junho. Segundo a economista da Farsul, o recuo se deve à queda das cotações da soja e do milho no mercado interno, que acompanharam a desvalorização das commodities na Bolsa de Chicago. Essa tendência, no entanto, pode ser revertida, dependendo do desempenho da safra de soja dos Estados Unidos, segundo maior produtor global da oleaginosa.

Os EUA enfrentam problemas climáticos, mas, no último dia 12, o Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês) elevou as estimativas de produtividade da cultura, projetando uma colheita recorde de 123,31 milhões de toneladas de soja a partir de novembro. “É bem provável que, à medida que é divulgado o tamanho dessas perdas e o impacto que vão ter na oferta global de soja, os preços vão começar a refletir esses resultados”, avalia Danielle. Nos últimos 12 meses, a variação positiva do IIPR é de 15,44%.