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Verão

Especial

Importação de leite chega a 520 milhões de dólares em 2023

Governo federal deve anunciar esta semana compra pública de leite em pó de Estados em crise

| Foto: Humberto Nicoline / Embrapa / CP

As importações de lácteos (leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou queijo) de países do Mercosul já somam 520 milhões de dólares em 2023. Acumulado de janeiro a julho, o valor é recorde para o período, conforme a série histórica que se iniciou em 2012 e está disponível na plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O valor supera em 89% o antigo recorde, de 275 milhões de dólares, registrado em 2017. As importações de janeiro a julho superam em 224% os valores do mesmo período do ano passado. A importação tem gerado preocupação e protestos no Brasil, pedindo socorro do governo federal, que deve anunciar medidas esta semana. 

Conforme dados da Comex Stat, de janeiro a julho foram importados 135,4 milhões de toneladas de lácteos, variação de 211,8% sobre o mesmo período do ano passado. A Argentina foi a maior vendedora, arrecadando 224 milhões de dólares, seguido do Uruguai, com faturamento de 237 milhões de dólares de janeiro a julho. 

No Rio Grande do Sul, cerca de 1,8 mil produtores liderados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) fizeram protesto na semana passada em Porto Xavier, fronteira com a Argentina. O ato teve concentração, passeata e bloqueio do acesso à aduana, por onde passam cargas procedentes da Argentina. 

Para falar sobre a desestruturação da cadeia láctea, o êxodo rural e o desemprego causados pelas importações, a Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, com apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), realizará no dia 16 de agosto, o Encontro dos Produtores Brasileiros de Leite em Brasília, na Câmara dos Deputados.

Conab vai às compras

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, confirmou, em visita ao Correio do Povo nesta segunda-feira, que está autorizada a compra pública de leite em pó dos Estados onde há crise na cadeia produtiva - Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Goiás. Segundo Pretto, a Conab pagará valor acima do preço mínimo. O presidente da Conab disse que o volume da aquisição ainda deve ser definido pelo governo federal, e o anúncio deve ser feito até sexta-feira. Pretto deve se reunir nesta terça-feira com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na Agroleite, em Castro (PR). 

Foto: Ricardo Giusti / CP.

O presidente disse ainda que um grupo interministerial está investigando a compra de leite para ser reidratado e também suspeitas de dumping (venda produtos a um preço inferior ao de mercado) nos países do Mercosul. Pretto também confirmou que o Rio Grande do Sul vai receber R$ 31 milhões do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), sendo que R$ 12 milhões serão executados ainda em agosto. No Brasil, o PAA terá valor total de R$ 1,1 bilhão para compra de 248 mil toneladas de alimentos.

Itamar Pelizzaro