Indústria de ovos busca aumentar as exportações

Indústria de ovos busca aumentar as exportações

Evento dedicado ao setor, em Gramado, discutiu nos últimos três dias o cenário pós-pandemia e os desafios na expansão da atividade

Patrícia Feiten

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Sanidade animal, sustentabilidade na produção e o cenário de mercado pós-pandemia foram os principais temas abordados na 3ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos), realizada em Gramado, na Serra. Os debates, que começaram na segunda-feira e se encerraram nesta quarta, atraíram cerca de 400 participantes de mais de 10 estados, além de visitantes da Colômbia, da Espanha e da Holanda, de acordo com a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), organizadora do evento.

Entre os debatedores, a diretora de Sustentabilidade da BRF, Mariana Modesto, destacou o investimento em práticas sustentáveis na cadeia. A presidente da Coesa-RS, Tais Oltramari Barnasque, ressaltou a importância do engajamento de toda cadeia produtiva para a manutenção do status sanitário do país, e o epidemiologista Luis Gustavo Corbellini, professor do Corb Science, citou experiências de outros países na prevenção e contenção de doenças infecciosas. Em outro painel, o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, defendeu o financiamento da produção agropecuária no mercado de capitais. “Ele está aberto para grandes empresas, para as médias e para as pequenas. O setor deve conhecer melhor, e avaliar o uso de operações estruturadas de crédito”, disse o economista. 

Entre os temas discutidos, o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, destaca a busca de maior espaço no mercado externo – hoje, menos de 1% da produção total de ovos do país é destinada à exportação. Quinto maior produtor nacional, o Rio Grande do Sul encerrará o ano com uma produção de 3,8 bilhões de ovos, um aumento de 5% a 6% sobre o desempenho de 2020. A expansão ocorre mesmo com o aumento de custos de produção das empresas em razão da alta do preço do milho, componente da ração animal, e das dificuldades decorrentes da crise sanitária, como as restrições ao funcionamento de restaurantes.

Segundo Santos, esse crescimento não é reflexo apenas de mudanças de hábitos do brasileiro, que com a disparada dos preços da carne bovina passou a consumir proteínas mais baratas. “São ações de promoção que entidades como a Asgav vêm fazendo ao longo dos anos, levando informação positiva sobre um alimento que no passado era considera um vilão do colesterol”, avalia o executivo. Também contribuiu para a expansão a oferta, pelas granjas, de embalagens alternativas à tradicional bandeja de uma dúzia de ovos, como as que contêm 20 unidades.


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