Mais da metade das menções ao agronegócio em livros didáticos são negativas

Mais da metade das menções ao agronegócio em livros didáticos são negativas

Pesquisa feita pela FIA/USP também aponta maioria de menções com fontes autorais

Camila Pessôa

Projeto organizou visita de alunos do ensino fundamental à 28ª Agrishow

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Mais da metade das menções ao agronegócio em livros didáticos brasileiros são negativas e 90% delas provêm das próprias fontes autorais - e não baseadas em pesquisas científicas. É o que aponta pesquisa da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), divulgada durante a Agrishow, feira que termina nesta sexta-feira (5) em Ribeirão Preto (SP). De acordo com o levantamento, que analisou 9 mil páginas de livros das dez principais editoras fornecedoras do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), o agronegócio tem conotação negativa em 60% das vezes em que foi mencionado, ou seja, em 746 das 1218 inserções avaliadas.

A pesquisa foi um dos destaques da programação do movimento De Olho no Material Escolar. Organizado por produtoras rurais, o grupo defende a valorização do agro na educação infantil e de adolescentes a partir da divulgação de informações embasadas na ciência. A ação na Agrishow ocorreu por meio do projeto Vivenciando na Prática, que conduziu em torno de 3 mil crianças do Ensino Fundamental da região até a exposição. “Eles (os alunos) estão experimentando como funciona uma máquina agrícola, como é um pulverizador, uma plantadeira, como funciona um tronco eletrônico na pecuária. Estão podendo vivenciar toda essa tecnologia que nós temos, hoje, no agronegócio brasileiro”, comenta a produtora Ana Nery Terra Souza, diretora administrativa do De Olho no Material Escolar. 

“A gente viu sobre como é feito o plantio, como funcionam as máquinas e o resultado do trabalho de quem não cuida e de quem cuida da fazenda. Deu para ver a diferença. Eu não costumo ver nada sobre agricultura e pecuária na escola. É a primeira vez que entram nesse assunto na sala de aula”, comenta Anna Clara Rodrigues, de 14 anos, uma das alunas visitantes.


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