Mais oferta de arroz faz preço cair em abril e preocupa setor no Rio Grande do Sul

Mais oferta de arroz faz preço cair em abril e preocupa setor no Rio Grande do Sul

Presidente da Federarroz diz que câmbio também tem influenciado no preço e na competitividade no mercado internacional

Maria Amélia Vargas

publicidade

Desde o início de abril, o preço do arroz vem caindo, em grande parte, pelo aumento da oferta promovido pelo avanço da colheita no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no Brasil. Segundo o Indicador do Arroz em Casca Cepea/Irga-RS, publicado ontem, a queda acumulada no preço da saca de 50 quilos no período é de 4,96%. A saca do cereal foi negociada a R$ 72,94, valor mais de R$ 4,00 menor do que em 1º de abril.

Com cerca de 20% dos 957 mil hectares plantados ainda a serem colhidos, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) estima uma quebra de 7% na safra 2021/2022. A expectativa é que a produção alcance 8 milhões de toneladas ante as 9 milhões de toneladas do ciclo anterior. Comparado a outras culturas, como a soja e o milho gaúchos, que perderam na safra atual mais de 50% da produtividade, o arroz terá considerável volume para comercialização no mercado interno e para exportação, o que pode pressionar ainda mais os preços para baixo. 

Além das questões de oferta e demanda, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, destaca que a cotação do grão é influenciada pela flutuação negativa do câmbio, o que diminuiu a competitividade nas exportações. Nesta semana, a entidade inicia uma série de visitas às propriedades que produzem arroz no Estado para divulgar entre os agricultores a rotação de culturas. Os encontros se iniciam na quarta-feira, dia 20, por Santa Vitória do Palmar, na Zona Sul. "Estamos cada vez mais buscando a intensificação dos sistemas de produção pensando na produção de grãos em geral. Outras culturas como soja, trigo e milho vão ganhar espaço nessa rotação", detalha Velho.

De acordo com a diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, o maior impacto da estiagem nas lavouras de arroz ocorreu nos municípios da Fronteira Oeste.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895